Covid-19: Federasul cobra de Leite abertura de leitos e repasses à Saúde para reduzir impacto ao setor produtivo

Simone Leite critica fato de o Executivo estar focado em "monitoramento de planilha de Excel"

Simone Leite. Foto: Federasul / Divulgação

Além de reforçar as críticas ao Palácio Piratini por ter restringido atividades econômicas para frear o coronavírus, a presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Simone Leite, acusou hoje o governo estadual de não ter colocado em funcionamento o número de leitos suficientes para fazer frente à pandemia, assim como ter destinado recursos do governo federal para o pagamento da folha do funcionalismo em detrimento as políticas de enfrentamento à Covid-19.

Conforme Simone Leite, protocolos “rigorosos” vêm sendo adotados no comércio e na indústria, enquanto o Piratini segue impondo novas restrições à atividade econômica a fim de frear o contágio da população. “Não basta o governo estadual ficar monitorando planilha de Excel e colocando todos os ônus na classe produtiva. A gente sabe que teve emendas para abertura de novos leitos, mas eles não foram 100% abertos, que recursos vieram e também foram usados para o pagamento da folha”, disparou a dirigente durante entrevista à Record TV.

No começo do mês, após receber a primeira parcela de socorro da União, no valor de R$ 486 milhões, o governo utilizou os recursos para pagamento da folha do funcionalismo, referente ao mês de abril.

Segundo o coordenador da bancada federal Giovani Cherini (PL), o Estado recebeu recursos para habilitar mais 624 leitos – 234 em Porto Alegre – a fim de enfrentar o coronavírus, mas 200 deles ainda não foram abertos à população. Em emendas parlamentares, conforme Cherini, foram repassados R$ 174 milhões para abertura de novas vagas no sistema de saúde. “Pelos nossos cálculos, 200 leitos ainda não foram abertos. Estamos cobrando, porque isso significa o não fechamento do comércio. Esse vírus é um ‘demônio’ e não podemos justificar essa pandemia com a quebradeira geral do comércio”, defendeu o deputado.

Em contrapartida, o governo gaúcho informou que o RS dispunha de 933 leitos de UTI SUS Adulto antes da pandemia. Desde o início da pandemia, foram habilitados mais 624. Destes, 472 começaram a funcionar, com os demais entrando em operação “em breve”. Além disso, pontuou que seguem em processo de habilitação mais 33 leitos de UTI SUS Adulto, totalizando quase 1,6 mil, um incremento de 70% em relação ao início da pandemia. O governo enfatiza, ainda, que a habilitação de leitos cabe ao Ministério da Saúde.