O prefeito de Rio Pardo, Rafael Reis Barros (ex-PSDB), enviou, nesta terça-feira, uma carta de renúncia à Câmara de Vereadores. O documento é assinado pelo advogado dele, Ezequiel Vetoretti. Barros está afastado do cargo e preso, desde 27 de maio, quando se tornou alvo da Operação Camilo, da Polícia Federal. Expulso do PSDB no mesmo dia, ele segue no Complexo Prisional de Canoas, na região Metropolitana. Na semana passada, a Câmara havia autorizado abertura de processo de impeachment contra o gestor.
“Diante das acusações que recaíram sobre minha pessoa, no bojo da Força-Tarefa da Polícia Federal denominada ‘Operação Camilo’ e, considerando o grande respeito e carinho que tenho pelo Povo de Rio Pardo, renuncio ao mandato de Prefeito Municipal desta cidade, para que assim eu possa dedicar toda a atenção e preocupação em prol da minha defesa, para ao fim demonstrar que as acusações não retratam a verdade e estão amparadas em meras conjecturas”, disse o prefeito, em documento enviado à Câmara.
Conforme o presidente da Casa, Getúlio Martins Silveira Júnior (PDT), o regimento interno prevê que o plenário “precisa dar ciência” ao pedido e, por isso, uma sessão extraordinária ocorre nesta quarta-feira. Também amanhã, às 15h, uma sessão solene registra o ato de posse da vice-prefeita, Rosane Luiza Vaz Rocha (PTB), que assumiu interinamente o cargo no fim de maio.
Conforme a Polícia Federal, a operação Camilo apura os crimes de fraude a licitação, peculato, corrupção passiva, organização criminosa, ocultação de bens, crime de responsabilidade e desobediência. O prejuízo estimado, até o momento, é de R$ 15 milhões em recursos da saúde repassados pela União e pelo Estado do Rio Grande do Sul a uma organização social contratada pela Prefeitura de Rio Pardo para administrar o Hospital Regional do Vale do Rio Pardo.