A reconstituição da morte do menino Rafael Winques, em Planalto, no Norte do Rio Grande do Sul, está marcada para esta quinta-feira, às 18h. A população de Planalto vive um clima de expectativa em relação ao desfecho das investigações.
Rafael foi dado como desaparecido no dia 15 de maio e o corpo foi encontrado 10 dias depois. A mãe dele, Alexandra Dougokenski, de 33 anos, é a principal suspeita por ter confessado o crime. Ela e o irmão da vítima, de 17 anos, irão participar da reconstituição.
A chefe do Instituto Geral de Perícias GP, Heloísa Helena Kuser, afirma que a reconstituição é uma perícia complexa e que a ação não tem hora para terminar. A reconstituição é uma peça importante para encaminhar a elucidação dos fatos e finalizar o inquérito aberto pela Polícia Civil logo após o corpo do menino ser encontrado numa casa próxima de onde residia com a mãe e irmão.
No depoimento, Alexandra disse que deu dois comprimidos de Diazepan ao menino, porque ele estaria muito nervoso, mas que não pretendia matá-lo. Ela disse ainda que Rafael não respirava e que decidiu esconder o corpo, que foi encontrado na casa ao lado da residência da família. O corpo estava dentro de uma caixa, com as mãos e pés amarrados e uma corda em volta do pescoço, além de ter o rosto coberto por uma sacola de pano. Alexandra está presa de forma temporária no Presídio Feminino de Guaíba, na Região Metropolitana.
“Será a partir deste novo relato que será feita a reprodução simulada”, afirmou Eibert Moreira Neto, diretor da Divisão de Homicídios do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Na reprodução, um manequim, com peso e altura similares aos de Rafael, será usado.
Em entrevista ao Direto ao Ponto, da Rádio Guaíba, o diretor da DHPP informou que “o fato pode ser até positivo porque irá ajudar no entendimento do que realmente aconteceu no caso”.
Os agentes, que trabalham no caos há um mês, procuram, principalmente, esclarecer a motivação do crime, mas a ação de hoje irá “confirmar que o de fato ocorreu (na data do crime)”, e ainda se o crime aconteceu “como ela disse”. “Depois desta entrevista, a Polícia Civil vai bater as informações” com depoimentos já prestados por Alexandra.
Sobre o acesso da defesa aos laudos da investigação, Eibert Moreira Neto esclareceu que esses “tiveram amplo acesso a investigação policial. Ainda na semana passada, eles tiveram acesso aos autos e foram recebidos pelo próprio delegado do caso”. O diretor afirma que “se eles (os advogados de defesa) não tiveram acesso aos laudos, nós também não tivemos”.
As informações preliminares da investigação já apresentadas, confirmam que Alexandra tinha condições de levar sozinha o corpo do menino até o local onde Rafael foi encontrado, em uma casa ao lado da residência da família. “As ações, gestos e movimentos que ela (Alexandra) fez durante a execução do ato, da morte do menino, serão confirmados”, esclareceu Neto.
Em Planalto, segundo as informações do diretor da DHPP, que está na região, a situação está sob controle já que existiu um planejamento prévio muito detalhado da ação de hoje. “O efetivo foi reforçado. O evento deve transcorrer com a devida tranquilidade”, afirmou. O horário da simulação foi agendado para o fim da tarde porque haverá “uma luminosidade parecida com a do momento do possível crime. (…) Pela cronologia dos fatos, a morte ocorreu na madrugada, logo não há necessidade de reproduzir o horário exato”, afirmou Eibert.