Queiroz chega ao Rio de Janeiro em helicóptero da Polícia Civil de SP

Ele foi preso nesta manhã em um imóvel em Atibaia, no interior paulista, durante operação. Ele só vai ser ouvido pela polícia fluminense

Foto: YouTube / Reprodução / CP

O ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, preso nesta quinta-feira (18) em Atibaia, no interior de São Paulo, chegou ao aeroporto de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. Ele foi levado pelo helicóptero Pelicano da Polícia Civil paulista após o cumprimento de um mandado de prisão. Até o momento, ele não foi ouvido pela polícia, o que só deve acontecer na capital fluminense.

Ele desembarcou por volta de 12h10, sem algemas, e colocou um colete à prova de balas, antes de entrar no carro da polícia. Há um comboio de veículos da cor preta descaracterizados.

Em Atibaia, Queiroz foi preso por volta das 6h30 da manhã após o cumprimento de um mandado expedido pela Justiça do Rio de Janeiro. Ele estava em um imóvel ligado ao advogado do senador Flávio Bolsonaro, Frederick Wassef. No local, a polícia realizou também apreensões, como documentos.

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De lá, Queiroz foi para a sede do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) no centro da capital paulista. Na porta, o promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) afirmou que a prisão aconteceu sem intercorrências: “Não tivemos incidente, nada. Foi bem tranquilo. Nenhuma resistência, foi uma diligência que não teve intercorrência”.

Do DHPP, o ex-assessor do senador foi levado para o aeroporto Campo de Marte, na zona norte, onde embarcou no helicóptero. O voo demorou cerca de 2 horas.

Operação Anjo

A operação Anjo foi realizada pela Polícia Civil e Ministério Público de São Paulo e do Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pela Justiça do Rio em investigação que apura esquema de “rachadinha” no gabinete do parlamentar na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Rachadinha é o nome dado a uma manobra em que o funcionário devolve parte do salário ao parlamentar. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, servidores da Alerj devolveriam parte dos vencimentos a Flávio na época em que ele era deputado estadual do Rio de Janeiro.

Contra outros suspeitos de participação no esquema, o Ministério Público do Rio obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em Juízo e a proibição de contato com testemunhas. São investigados: o servidor da Alerj, Matheus Azeredo Coutinho, os ex-funcionários da casa legislativa Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins, e o advogado Luis Gustavo Botto Maia.

No Twitter, o senador Flávio Bolsonaro afirmou que “verdade prevalecerá”. Ele disse que encara acontecimentos com tranquilidade e que a ação tem como objetivo “atacar Bolsonaro”. De acordo com o senador, nunca houve nada contra ele nos 16 anos de vida pública, mas “tudo mudou” depois da eleição de Bolsonaro.

R7 tenta contato com o advogado Frederick Wassef, mas ainda não obteve resposta.