OMS: apesar de sinais de estabilização, pandemia no Brasil ainda é grave

Melhora nos números pode dar falsa sensação de estabilidade, adverte organismo

Foto: Reprodução/YouTube /OMS

O diretor executivo do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, disse hoje, em coletiva de imprensa sobre o andamento de pesquisas e a evolução no combate ao novo coronavírus, que a situação no Brasil ainda pode ser classificada como grave.

De acordo com ele, os sinais de estabilização do contágio e do número de casos graves e óbitos não são, necessariamente, sinais de vitória sobre a doença. “Já vimos isso antes em epidemias em outros países. Pode-se ver um sinal de estabilização durante um dia, ou alguns dias, e a [ocorrência da] doença pode subir novamente. Deve haver um foco no distanciamento social, na higiene e nos esforços para evitar aglomerações”, afirmou.

Ryan frisou ainda que populações de minorias étnicas e pessoas em condições de pobreza nos ambientes urbanos devem ter apoio especial, já que não possuem condições para realizar o distanciamento social e manter a higiene necessária para conter o avanço do coronavírus.

“Na perspectiva do Brasil, agora realmente é um momento de dobrar as apostas no sistema público de saúde e nas medidas sociais. [É o momento de] focar em ajudar comunidades e garantir que o sistema hospitalar continue funcionando e seja capaz de tratar pacientes graves”, afirmou o médico. Ryan disse, contudo, acreditar que o país vai conseguir emergir dessa situação “o mais rápido possível”.

Dexametasona
Durante o evento, Michael Ryan também disse estar otimista sobre resultados preliminares com o corticosteroide dexametasona, que se mostrou eficaz no combate à manifestação mais grave da Covid-19, a síndrome respiratória aguda grave (Srag). Segundo os dados, a medicação apresentou uma queda de 1/3 na mortalidade de pacientes nesse quadro.