Em protesto na Praça da Matriz, Cpers lança campanha em busca por diálogo com o governo do RS

Entidade quer participar da discussão sobre os protocolos de segurança para o retorno das aulas após a pandemia

Foto: CPERS / Divulgação

Integrantes da direção do Cpers realizaram na manhã desta quarta-feira um ato em protesto contra o governo do Estado na Praça da Matriz, no Centro de Porto Alegre. A entidade utilizou o momento para lançar uma campanha intitulada “Governador, escute quem educa”, com o objetivo de buscar diálogo com o governador Eduardo Leite sobre o pagamento dos salários dos professores, recuperação de aulas, entre outras pautas da categoria.

De acordo com a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, os educadores querem e precisam ser ouvidos, principalmente sobre a construção dos protocolos de segurança para o retorno das aulas após a pandemia. “Nós não poderíamos ficar quietos diante do governo do Estado. Estamos aqui lançando a nossa campanha cobrando os nossos salários que foram descontados e queremos também discutir os ataques e a questão do difícil acesso. Exigimos ser escutados para o retorno das aulas, porque nós vimos que o governo está fazendo a discussão das coisas que compõem a escola. Mas não há nenhuma discussão sobre as pessoas que estão dentro da escola. Quem entende e conhece os alunos somos nós, os professores. Queremos ser ouvidos e estamos aqui dizendo: governador, escute a educação”, afirma.

A entidade também protesta sobre os descontos que alguns servidores tiveram em razão da última greve do magistério. Para o sindicato, a categoria segue sendo atacada pelo executivo e cobra uma postura mais séria no trato com os educadores. Outra demanda da categoria diz respeito a descontos previdenciários dos aposentados e redução de adicionais, como o difícil acesso durante a pandemia.

O protesto desta quarta-feira contou com a participação de poucos integrantes do sindicato em razão das determinações impostas no decreto de distanciamento controlado. O grupo utilizou máscaras de proteção e levou cartazes até a frente do Palácio Piratini.

Contraponto

A Secretaria Estadual da Educação (Seduc) divulgou nota sobre o assunto:

“Em relação aos contracheques, a Secretaria da Fazenda reconhece que os meses de abril e maio foram de muitas mudanças para todos os servidores, incluindo o Magistério, com a implementação de vários pontos da reforma administrativa e previdenciária, que incluiu parte dos inativos na base de cálculo e trouxe alíquotas menores para parte dos ativos. Esse período intenso de mudanças ocorreu exatamente durante a crise da pandemia, que, por sua vez, trouxe maior atraso na folha de pagamento do Executivo devido à queda de arrecadação. O governo do Estado tem trabalhado para recompor essas perdas, tendo recebido ontem a primeira parcela do repasse federal da União. De forma imediata, o Tesouro do Estado priorizou o pagamento dos salários para quitar a folha de abril e iniciar imediatamente a folha de maio. Sobre a volta às aulas, a Secretaria Estadual da Educação ressalta que todas as iniciativas de retorno gradual, por meio da implantação das Aulas Remotas, visam garantir a proteção da vida de professores, servidores e alunos da Rede Estadual de Ensino.”