Moraes lista 11 perfis no Twitter como disseminadores de fake news contra o STF

De acordo com o ministro, ataques vinham desse endereços obrigatoriamente

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O inquérito das fake news, que apura a disseminação de notícias falsas com o objetivo de desqualificar o Supremo Tribunal Federal (STF), aponta 11 perfis no Twitter como responsáveis pela propagação de ataques aos ministros da Corte.

O processo é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. Foi ele quem assinou os 29 mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal (PF), nesta quarta, contra o ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, e empresários como Luciano Hang, dono das lojas Havan, acusados de integrar a rede de sustentação do grupo que dissemina as fake news.

“As postagens são inúmeras e reiteradas quase que diariamente. Há ainda indícios que essas postagens sejam disseminadas por intermédio de robôs para que atinjam números expressivos de leitores”, detalha Moraes, no documento que determinou as últimas diligências, com o intuito de recolher mais provas que incriminem o grupo.

Segundo a investigação, feita com base em informações apuradas por uma equipe de peritos judiciais e que levou em conta depoimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) das Fake News, no Congresso Nacional, a lista dos 11 principais disseminadores de notícias contra o Supremo é a seguinte:

Vinham obrigatoriamente desses perfis as principais hashtags e textos com acusações ou ataques aos ministros do STF. De acordo com Moraes, os 11 perfis foram encontrados após uma busca detalhada no Twitter de posts que, entre os dias 7 e 11 de novembro do ano passado, usaram tags que tiveram grande repercussão na rede social, entre as quais #impeachmentgilmarmendes, #STFVergonhaNacional, #STFEscritoriodocrime, #hienasdetoga, #forastf, #lavatoga, ou as expressões STF, Supremo, Toffoli e Gilmar.

A ação não se restringia ao Twitter, mas partia de lá para o Facebook e para outros meios, como o WhatsApp.

“Gabinete do Ódio”

Na decisão, Moraes reforça a tese de existência de uma organização que vai contra a lei com o fim de desqualificar a instância máxima do Judiciário brasileiro. E cita a “real possibilidade de existência de uma associação criminosa, denominada nos depoimentos dos parlamentares como ‘Gabinete do Ódio’, dedicada a disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática.”

Ele também menciona parte do depoimento à CPMI da deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), que afirmou ter percebido que um dos alvos da organização era o STF: “Quando surgia alguma postagem ou hashtag ofensiva ao STF ou algum de seus membros, um dos integrantes do grupo retransmitia e em questão de minutos isso era disseminado pelas redes sociais e para inúmeros outros grupos, seja pela atuação de integrantes da organização, seja por utilização de robôs”, disse a parlamentar, ex-aliada do governo.