O governador de São Paulo, João Doria, criticou o presidente Jair Bolsonaro e lamentou a demissão do ministro. Em discurso no Palácio dos Bandeirantes, Doria lembrou as crises que se instalaram antes da saída de outros ministros que já integraram o governo.
“O Brasil acorda assustado com as crises diárias por agressões gratuitas, agressões à democracia, agressões à Constituição, agressões às instituições, agressão ao Congresso Nacional, agressão ao Supremo Tribunal Federal, agressões à imprensa, agressões e xingamentos a jornalistas, agressões a ministros do seu próprio governo, como o senhor fez e continua a fazer. Fez com Gustavo Bebianno, fez com Santos Cruz, fez com Sérgio Moro, fez com Luiz Henrique Mandetta e agora fez também com Nelson Teich.”
Para o governador, Teich, que permaneceu no cargo por menos de um mês, demonstrou “compromisso com a ciência e respeito ao isolamento [social]”. Ele acrescentou que a demissão ocorre “pela desordenação do governo Bolsonaro”.
Doria também cobrou que o sucessor de Nelson Teich “não incorra no grave erro de seguir orientações ideológicas, partidárias, pessoais ou familiares”.
“Um ministro da Saúde do Brasil deve proteger a saúde dos brasileiros e não proteger a individualidade da intenção deste ou daquele mandatário.”
Ao presidente, João Doria mandou um recado:
“Presidente Bolsonaro, governe, administre o seu país com equilíbrio, com paz no coração, com compreensão, com discernimento e com grandeza. Pare com agressões, para com os conflitos, pare de colocar o país dentro de um caldeirão interminável de brigas e atritos. O país, para vencer a pandemia, precisa estar unido e precisa estar em paz.”
Já o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), repercutiu o pedido de exoneração de Teich prestou solidariedade ao médico oncologista, em uma postagem no Twitter. Ele disse que “ninguém vai conseguir fazer um trabalho sério” com a interferência do presidente Jair Bolsonaro.
“Minha solidariedade, ministro @TeichNelson. Presidente Bolsonaro, ninguém vai conseguir fazer um trabalho sério com sua interferência nos ministérios e na Polícia Federal. É por isso que governadores e prefeitos precisam conduzir a crise da pandemia e não o senhor, presidente”, escreveu.
Em outra postagem, o governador publicou: “É mais um herói que se vai”.