Estudo revela que 47,9% dos municípios gaúchos ainda não usaram internet para manter o ano letivo

Escolas que remetem conteúdos escolares de forma online perfazem apenas 14,9%

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP

Uma pesquisa realizada pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), divulgada nesta quinta-feira, mostrou que 47,9% de 430 prefeituras gaúchas que responderam ao levantamento não usaram a internet como meio de enviar atividades escolares aos estudantes durante a pandemia de Covid-19.

Desde a suspensão das aulas, em 23 de março, as escolas desses municípios fazem as entregas de lições de diferentes maneiras: transporte passando nas localidades, deixando os documentos em setores da prefeitura, distribuição por colegas próximos, bem como professores que residam perto dos estudantes.

Já outra parte das escolas gaúchas, o que representa 37,3% do total, deixa as atividades na própria instituição para que os alunos coletem de forma alternada, a partir de um cronograma que evita aglomerações.

As escolas que remetem conteúdos escolares de forma online, usando a internet, perfazem apenas 14,9%. O estudo, no entanto, não detalha se a tecnologia é deixada de lado pela falta de acesso à internet pelos alunos do ensino básico.

O governador Eduardo Leite anunciou oficialmente, em videoconferência nesta quinta-feira, que os estudantes da rede pública terão internet em celular para acesso às aulas virtuais durante a pandemia.

A proposta, que ainda está sendo estudada, conforme o chefe do Executivo, é que o retorno às salas de aulas ocorra de forma escalonada. Ou seja, intercaladas com aulas à distância. A intenção do governo é que os estudantes não percam o vínculo com a escola e os colegas enquanto não há total segurança para o retorno integral e presencial do ano letivo.

Saiba mais sobre a pesquisa

Sobre o envio de atividades remotas, domiciliares e complementares, a pesquisa identificou que 68,4% dos municípios optaram por essa alternativa desde o início da suspensão das aulas, no fim de março; 25,5% fazem esse encaminhamento a partir do mês de maio e 6% vão reorganizar o calendário escolar após o retorno às aulas, previsto para ocorrer de forma alternada em junho.

Quanto à validação das atividades remotas, domiciliares e complementares encaminhadas, 18,5% dos municípios pretendem validar todos os dias suspensos do calendário letivo. Já 31% das cidades pretendem validar alguns dias e horas-aulas, e outros 42%, recuperar parcialmente. As cidades que pretendem recuperar todos os dias letivos no retorno às atividades equivalem a apenas 9% do total.

Conforme a Coordenadora de Educação da Famurs, Fátima Ehlert, é importante destacar que está para homologação o Parecer 05/2020 do Conselho Nacional de Educação (CNE) que prevê a Reorganização do calendário escolar e a possibilidade de cômputo de atividades não presenciais para fins de cumprimento da carga horária anual, em razão da pandemia da Covid-19 como também a MP 934/2020 que flexibiliza os dias letivos, mas mantém as horas-aula.