Ao abrir mão de encabeçar a chapa majoritária, pela primeira vez, em Porto Alegre, o PT confirmou o nome de Miguel Rossetto como pré-candidato a vice de Manuela D’Avila (PCdoB), no fim de semana. Hoje, o ex-ministro do Trabalho considerou que o recuo inédito adotado pela legenda reforça a importância dada pelo partido a um programa de governo ampliado para a cidade.
“A decisão traduz a maturidade do PT e a responsabilidade do partido com Porto Alegre. O nosso movimento, muito amadurecido, foi reconhecer as qualidades da Manuela e reconhecer a nossa responsabilidade de compartilhar como vice esta chapa. Estamos com um projeto forte e vibrante com Manuela. Depois de 16 anos, é o momento de mudança”, destacou. Essa é a primeira chapa fechada para a disputa do pleito municipal.
Em entrevista ao Esfera Pública, Rossetto também reconheceu que a proposta inicial de se construir uma grande frente ampla de esquerda para disputar o Paço Municipal não saiu do papel em função de discordâncias com os demais partidos do mesmo campo político. Uma das alternativas defendidas pela deputada federal Fernanda Melchionna (PSol), era realizar prévias entre as agremiações para definir os nomes dos candidatos a prefeito e vice.
“Reconhecemos a legitimidade e respeitamos tanto a Fernanda no PSol quanto da Juliana [deputada estadual Juliana Brizola] no PDT, mas fizemos uma escolha. Temos muitas identidades com o PCdoB e uma relação de muita confiança e carinho com a Manuela, que foi vice de Haddad. Ela é dedicada e preparada. Mas vamos buscar o diálogo com os demais partidos”, avaliou Rossetto. O pré-candidato mencionou, ainda, a intenção de retomar as conversas com o PSB.
O PT chegou ao segundo turno em Porto Alegre, pela última vez, em 2008, quando Maria do Rosário perdeu a disputa para José Fogaça (PMDB). A petista teve 41% dos votos contra 58% de Fogaça. Desde então, o partido perdeu protagonismo no cenário municipal.
Por quatro mandatos consecutivos, o PT governou Porto Alegre entre 1989 e 2004. Passaram pelo Executivo Olívio Dutra (89-92), Tarso Genro (93-96), Raul Pont (97-2000) e Tarso Genro (2001-2002), que deu lugar a João Verle (2002-2004), para concorrer ao governo estadual.
