Reunião debate disseminação do coronavírus entre trabalhadores de frigoríficos

Ao menos quatro estabelecimentos estão parados ou com a capacidade de produção reduzida

Governo suspendeu temporariamente as exportações de carne bovina para a China Foto: Arquivo / Agência Brasil

Uma reunião por videoconferência, na manhã deste sábado, discutiu a disseminação do coronavírus entre trabalhadores de frigoríficos e medidas para evitar a interrupção das atividades desses estabelecimentos e a necessidade de abates sanitários. Participaram do encontro o governador Eduardo Leite, os secretários Arita Bergmann (Saúde), Covatti Filho (Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural), Artur Lemos Júnior (Meio Ambiente e Infraestrutura) e Claudio Gastal (Governança e Gestão Estratégica) e o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa.

De acordo com Leite, medidas deverão ser definidas ainda neste fim de semana. Atualmente, pelo menos quatro frigoríficos – dois em Lajeado, um em Passo Fundo e outro em Garibaldi – estão parados ou com a capacidade de produção reduzida em função da contaminação de funcionários e consequentes liminares a partir de ações Ministério Público do Trabalho e de outros órgãos. Outras unidades também precisam apresentar, até o começo da próxima semana, plano de medidas e de regras sanitárias que estão adotando para proteger a saúde dos funcionários e para evitar a interrupção de serviços.

No fim de abril, o governo do Estado divulgou uma portaria com regras para indústrias de todos os portes, a fim de conter possíveis transmissões em espaços industriais e evitar que o coronavírus se espalhe nesses ambientes. Cada empresa precisou criar seu próprio Plano de Contingência para prevenção, monitoramento e controle da doença. Nesta semana, a partir de orientação técnica do Ministério da Saúde e do Ministério da Agricultura, alguns ajustes são realizados pelo Estado para adequar as regras.

De acordo com informações recebidas pelo Estado, se a situação não for resolvida e o fechamento de alguns frigoríficos por ordem judicial for mantido, somente em Lajeado, poderá ocorrer, nas próximas semanas, o abate de 4,5 milhões de aves e quase 50 mil suínos, já a partir desta segunda-feira (11).

“Queremos garantir que haja, nesses estabelecimentos, o cumprimento de todas as exigências de proteção à saúde dos trabalhadores para evitar a disseminação do vírus. É importante também que o serviço essencial de produção de proteína animal não seja interrompido para não corrermos o risco de desabastecimento à população e também de um abate sanitário, além de evitarmos perda de empregos e de geração de riqueza”, afirmou o governador.

Secretário da Agricultura, Covatti Filho, destacou a necessidade de exigir todos os cuidados de proteção aos trabalhadores e lembrou que o fechamento das plantas pode acarretar falta de abastecimento para o mercado interno, transtornos na exportação dos produtos e também um problema ambiental com o represamento dos animais dentro das propriedades, efeitos prejudiciais para o Estado.