Conhecimento sobre o coronavírus ainda é limitado, admite OMS

Comitê de Emergência da organização adverte que Covid-19 segue sendo ameaça global: 'Não temos nada para tratamento ou vacina'

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Foto: Warley de Andrade/TV Brasil

Três meses depois do começo da crise e da primeira reunião do Comitê de Emergência formado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o líder do comitê, o francês Didier Houssin, destacou a falta de conhecimento entre especialistas e cientistas sobre o novo coronavírus.

Ainda há um conhecimento limitado sobre como a doença é transmitida e “não temos nada para tratamento e vacinas”, disse o especialista, durante a coletiva regular da OMS, realizada via internet, nesta sexta-feira.

Até hoje não se sabe qual animal é o responsável pelo começo da pandemia. Desde janeiro, diversas espécies, como morcegos e pangolins, foram apontados por diferentes teorias como os causadores do Covid-19, mas nenhuma pesquisa até agora identificou com certeza qual. Agora, a OMS, a FAO e a Organização da Saúde Animal vão se unir para encontrar a resposta.

Os avanços tímidos da ciência em relação ao vírus e a doença, associado ao grande número de novos casos ainda sendo descobertos, fizeram o comitê concordar unanimemente que a pandemia ainda é uma emergência de saúde pública de dimensão global.

Orientações para lidar com pandemia

O diretor-geral do OMS, Tedros Adhanom, reuniu-se com o Comitê nessa quinta-feira para discutir a pandemia e pedir aconselhamento de como continuar procedendo para ajudar os países e no desenvolvimento da vacina.

As orientações dadas foram para seguir coordenando os cuidados com a pandemia com ajuda dos países e parceiros; trabalhar com países mais vulneráveis e que precisem de ajuda logística, técnica e equipamentos; estabelecer mecanismos para compilar dados de países que conseguiram superar e controlar a pandemia e continuar o trabalho de distribuição de testes e equipamentos, assim como o desenvolvimento da vacina e de um tratamento eficaz.

A OMS vai seguir trabalhando com governos locais para garantir que o transporte de equipamentos e profissionais necessários no combate da pandemia seja realizado de forma segura e, gradualmente, reabrir os espaços aéreos para o comércio.