Original da Netflix, a minissérie Unorthodox (Nada Ortodoxa) promove um choque cultural no espectador desde o primeiro episódio. A narrativa conta, ao longo de quatro episódios, a história de Esty Shapiro. A produção é baseada no livro de Deborah Feldman (Unorthodox: The scandalous rejection of my hasidic roots)
Como o próprio nome indica, a minissérie Unorthodox aborda uma comunidade de judeus ortodoxos que vive em Williamsburg, no Brooklyn, em Nova York. As regras, os costumes, os hábitos e o jeito de tratar as mulheres, por exemplo, causam um tipo de desconforto no espectador acostumado a outra realidade. O mais importante ao assistir é deixar de lado os pré conceitos e julgamentos. Precisamos olhar para a cultura e religião tentando compreender o universo em que eles estão inseridos, não nós.
Os episódios são longos, em torno de 55 minutos. Não há muito embate de diálogos na série, a profundidade de Unorthodox vem da observação, do não dito, dos costumes estabelecidos e a normatização de tudo.
Logo no primeiro episódio vemos a fuga de Esty. Depois, com flashback, sua história é mostrada. Sem dar muito spoiler, somos apresentados a um universo completamente diferente que, no começo, a protagonista parece se encaixar.
Com um casamento arranjado, dificuldades sexuais e a pressão por ter filhos, o mundo de Esty começa a ruir. Ela tenta uma nova vida em Berlim, ao lado da mãe, que também fugiu da mesma realidade, anos atrás.
Durante todo tempo, ficamos torcendo para que Esty não seja encontrada, que ela não seja obrigada a retornar para uma vida que não pertence mais. Ao mesmo tempo, também é fascinante se ver em meio ao choque cultural apresentado por uma realidade totalmente diferente.
Unorthodox não é uma produção acelerada, ela precisa de um pouco paciência. Mas, a narrativa vale a pena.