Bolsonaro pede nova investigação do caso Adélio Bispo

Para presidente, crime teve mandante

Foto: Reprodução / CP

O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta terça-feira que a Polícia Federal (PF), agora sob novo comando, reabra a investigação da tentativa de assassinato contra ele, na campanha eleitoral de 2018. Bolsonaro levou uma facada, desferida pelo auxiliar de pedreiro Adélio Bispo, durante uma atividade de campanha em Juiz de Fora (MG). Em entrevista na entrada do Palácio do Alvorada, residência oficial, na noite de hoje, o presidente voltou a dizer que acredita que há um mandante por trás da tentativa de homicídio.

“Eu não tenho provas, tenho sentimento. O que for possível a Polícia Federal fazer, dentro da legalidade, para apurar quem pagou o Adélio para me matar, vai fazer”, afirmou.

As investigações da Polícia Federal concluíram que Adélio planejou e agiu sozinho no caso. No ano passado, a Justiça Federal considerou Adélio Bispo inimputável por transtorno mental, e a defesa do presidente da República não chegou a recorrer da decisão. Bispo teve diagnóstico de “transtorno delirante persistente” e passou a cumprir internação no Hospital Psiquiátrico de Custódia Jorge Vaz, em Barbacena (MG).

Delegados dizem, em carta, que investigação seguiu protocolo

No último domingo, em carta aberta ao presidente da República, a Associação de Delegados da Polícia Federal (ADPF) disse que o inquérito do caso atendeu aos protocolos, além de ter sido conduzido com prioridade.

“O inquérito recebeu total atenção da PF, e seguiu em caráter prioritário em razão de ser um crime contra a segurança nacional e a própria democracia”, cita o texto. “As linhas investigativas continuam sendo exauridas, para que ao final a sociedade tenha a certeza absoluta de que a verdade foi alcançada ou foram esgotadas todas as possibilidades de apuração. Entretanto, não é possível produzir em uma investigação um resultado específico desejado. As atividades da Polícia Federal seguem a legislação e protocolos pré-estabelecidos e estão sob os controles da Corregedoria, do Ministério Público, do Judiciário, da Controladoria Geral da União, do Tribunal de Contas da União, das defesas e, em última análise, da sociedade organizada”, detalha a nota.