Covid-19: mortes em 24h também trazem dados de dias anteriores, esclarece secretário

Wanderson de Oliveira, que compunha equipe de Mandetta, permanece, por enquanto, no cargo

Foto: José Dias/PR/CO

Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, argumentou hoje que o número de mortes em 24h deve levar em consideração o fato de que essas estatísticas trazem dados de casos de dias anteriores.

“Esses óbitos estão sendo encerrados. Ocorreram em momentos mais distintos, em dias anteriores. Nessas situações os profissionais conseguiram incluir as investigações sobre a causa. Mas não quer dizer que todos os 338 [novas mortes registradas hoje] ocorreram de ontem para hoje”, pontuou Wanderson.

O secretário informou que o governo discute com os secretários estaduais o esforço para que essa alimentação de dados seja diária, e não semanal. A iniciativa pode diminuir o descompasso entre as informações. Oliveira citou como exemplo a diferença entre o total de mortes no sistema do Ministério da Saúde e o dos registros em cartório. Esse último dado mostra 247 mortes a mais do que o total atualizado hoje pela Pasta.

Wanderson de Oliveira compunha a equipe do antigo ocupante da cadeira de Teich, Luiz Henrique Mandetta. A presença na coletiva marcou a confirmação de que, por enquanto, ele permanece na função. Primeiro a por o cargo à disposição, quando a saída de Mandetta passou a ser cogitada, Oliveira disse, hoje, que vai ter de prorrogar o “início das férias”. No evento, esteve presente também o novo secretário executivo do Ministério da Saúde, o general Eduardo Panzello.

Mais informações

Hoje o Ministério publicou também o Boletim Epidemiológico 14 sobre a pandemia. Entre as novas informações disponibilizadas pelo documento, mapas de incidência por município de casos e mortes, o que revela a alta presença da covid-19 nas capitais, em especial as do Sudeste, e em estados da região Norte, mais especificamente Amazonas e Amapá.

Uma das análises considerou a incidência da Covid-19 por tipo de município conforme a população. O índice cresce nas cidades menos populosas para os grandes centros urbanos, com os locais com mais de um milhão de habitantes concentrando mais da metade dos casos (27,9 mil de um total 45,7 mil). O número é menor do que o atualizado hoje pelo fato de o boletim ter sido concluído com dados de dias atrás.

Testes

Questionada sobre a testagem da população, a equipe o Ministério da Saúde atualizou o balanço, até o momento. A meta anunciada na semana passada é a de adquirir até 46 milhões de testes neste ano. De acordo com Wanderson de Oliveira, já foram recebidos 5 milhões. Nos próximos três meses o objetivo é conseguir 1,5 milhão da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e outros 5 milhões que serão doados pela empresa Vale.

“Teste em massa não significa testar todas as pessoas, mas testar mais pessoas sobre critérios mais precisos utilizando o melhor que cada teste pode oferecer. Em todos os testes há limitações, tempo de coleta, qualidade da amostra, qualidade dos técnicos”, comentou o secretário de Vigilância em Saúde.

De acordo com o Painel de Leitos e Insumos do Ministério da Saúde, plataforma onde é possível conferir a distribuição desses itens, até a última atualização, do dia 24, haviam sido disponibilizados 3,478 milhão de kits de testes rápidos às cinco regiões do país.