Pandemia cancela consultas e cirurgias e gera crise financeira em hospitais gaúchos

Pacientes vêm postergando tratamento pelo medo de sair de casa e se contaminar

Foto: Stephany Sander / CP

O presidente do Sindicato dos Hospitais e Clinicas de Porto Alegre (Sindihospa), Henri Siegert Chazan, confirmou, nesta quarta-feira, que a pandemia do novo coronavírus provoca uma crise para o setor da saúde e também para os hospitais, que perdem pacientes em meio ao temor de contágio pela doença. O caso veio à tona, após a demissão em massa do Hospital Regina, de Novo Hamburgo.

Em entrevista para o Guaíba News, Chazan relatou que as taxas de ocupação caíram, exceto em emergências e setores que atendem partos e acidentes de trânsito. Isso porque, em todas as outras situações, os pacientes vêm postergando consultas e tratamentos, temendo se contaminar. “A população está com medo de ir aos hospitais porque podem estar contaminados pelo coronavírus. Todas as cirurgias eletivas estão sendo adiadas”, relata o dirigente.

Chazan elencou três fatores como sendo determinantes para a crise no setor: a falta de pacientes pelo medo da contaminação, o custo elevado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e a necessidade de contratar funcionários para substituir os que entraram em quarentena por serem de grupos de risco.

“Antes conseguíamos comprar máscaras, por exemplo, pelo valor de R$ 0,10 ou R$ 0,20. Agora, elas estão custando R$ 5 e precisamos entregar a todos os trabalhadores. Antes da pandemia, era somente para alguns enfermeiros e médicos”, compara.

Chazan classifica o momento como “tempestade se armando”. Por conta disso, o presidente defendeu “encerrar imediatamente a quarentena no formato em que está”. Para o president do Sindihospa, é preciso centra o cuidado em idosos e pessoas do grupo de risco para que a atividade econômica, inclusive dentro dos hospitais, volte ao normal.

Confira a entrevista na íntegra