Em uma carta conjunta que chegou hoje ao governador Eduardo Leite, 96 entidades reiteraram o pedido para que o Rio Grande do Sul mantenha o isolamento social a fim de salvar vidas em meio à pandemia do novo coronavírus. O grupo menciona orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, assim como das principais entidades médicas e sanitárias do país e do mundo, para que a maioria da população se mantenha em casa.
“É necessário respeitar todas as recomendações técnicas pelos próximos dias para analisar o crescimento da curva no Brasil e o impacto das medidas já adotadas. Para isso, é imperativo intensificar as estratégias de isolamento para conter o aumento da pandemia, assim como garantir tempo para organização e redimensionamento do nosso sistema de saúde”, salienta o comunicado, também endereçado a prefeitos gaúchos.
O ofício é assinado por entidades como Ajuris, Cremers, Ufrgs, Famurs e Cpers. “Precisamos da firmeza das autoridades das esferas municipal, estadual e federal para manter o comércio fechado e as aulas suspensas. Mais de 30 mil vidas já foram perdidas. Estamos conscientes com relação à grave crise econômica que enfrentaremos, mas precisamos lutar em defesa do bem maior de cada ser humano, que é a vida. O momento recomenda ouvir a voz lúcida da comunidade científica mundial. Fiquem em casa. A vida não tem preço. Todas as vidas valem”, menciona a carta.
Na semana passada, Eduardo Leite havia sido pressionado pelo setor empresarial a relaxar as medidas de restrição e circulação de convívio social. O manifesto, assinalado pela Farsul, Fiergs e Fecomércio defendia a reativação da economia gaúcha. A Federasul também emitiu comunicado nesse sentido. O governador reiterou que não vai tomar medidas “com base na angústia”, e defendeu que o isolamento social fique mantido, pelo menos até o fim da semana, para que se avaliem dados científicos sobre o comportamento do vírus em cidades gaúchas.