Governadores do Sul e Sudeste farão videoconferência sobre coronavírus

Na noite de sábado, o presidente Jair Bolsonaro criticou governadores como João Doria, de São Paulo, e Wilson Witzel, do Rio de Janeiro.

Eduardo Leite e demais governadores do Sul e Sudeste vão realizar videoconferência | Foto: Gustavo Mansur/Palacio Piratini
Eduardo Leite e demais governadores do Sul e Sudeste vão realizar videoconferência | Foto: Gustavo Mansur/Palacio Piratini

Governadores dos estados membros do Consórcio de Integração Sul e Sudeste vão debater, nesta segunda-feira, medidas que possam ser adotadas em conjunto no combate ao coronavírus. O grupo é formado por Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Os sete governadores vão participar de uma videoconferência às 11 horas da manhã. A informação foi confirmada pelo chefe do Executivo gaúcho, Eduardo Leite, em uma live transmitida via internet no final da noite de sábado.

A atuação dos estados vem sendo motivo de críticas por parte do presidente da República. Em entrevista à CNN Brasil, também na noite deste sábado, Jair Bolsonaro criticou as medidas tomadas por governadores para combater o novo coronavírus. O chefe do Executivo chamou o governador de São Paulo, João Doria, de “lunático” e disse que, ao lado do fluminense Wilson Witzel, o paulista pensa nas eleições de 2022.

Reconhecendo as ações possíveis de serem feitas pelos estados, o governador Eduardo Leite pediu auxílio da União. “Espero que o governo federal possa nos alcançar apoio necessário os governos dos estados para que nós tenhamos capacidade maior de atenção à população que mais vai sofrer neste período”, observou.

Leitos no RS

O governador do Estado destacou que o SUS tem mil leitos disponíveis no Rio Grande do Sul. Em caso de necessidade, a estrutura pode ser ampliada para 1.216 unidades. Eduardo Leite ainda destacou o contato com empresários que podem doar equipamentos e testes de detecção da Covid-19. “Focando, especialmente, nos trabalhadores na área da saúde mas também para disponibilizar para a população em geral”, mencionou. “A gente está incrementando a nossa estrutura para fazer frente a esse momento”, completou Leite.

Situação das escolas

Eduardo Leite reforçou que, apesar da suspensão das aulas, as escolas estaduais seguem abertas para fornecer alimentação aos alunos mais carentes. Além disso, o chefe do Executivo defendeu o revezamento de profissionais nas instituições de ensino. “Uma forma de atuação das equipes diretivas e dos professores dando orientações para os pais”, explicou. “Os pais precisam estar orientados para demandar aos seus filhos que acessem as plataformas online de aprendizagem”, prosseguiu o governador.

O CPERS Sindicato, que representa o magistério no Estado, entrou com uma ação judicial para garantir o fechamento total das escolas. A entidade ainda afirmou que o governo não teria repassado a verba da merenda do ano corrente para a maior parte das instituições.

Medidas restritivas

O decreto que restringiu atividades comerciais no Rio Grande do Sul também foi alvo de análise do governador. Eduardo Leite chamou de “oportunistas” e “sem consciência” aqueles estabelecimentos e pessoas que promovem aglomerações. “Não é férias, não é folga, não é para ir para a praia, não é para curtir que não vai estar trabalhando no dia seguinte”, criticou. O governador ainda citou a manutenção de serviços essenciais como os de limpeza urbana, segurança e fornecimento de alimentos e combustíveis. “Não podemos parar absolutamente tudo, a gente precisa destas atividades funcionando”, completou.