Bolsa registra maior queda em mais de 20 anos, apesar de paralisação

Índice recuou para 86.077,89 pontos, menor patamar desde o fim de 2018

Foto: Arquivo

O Ibovespa desabou mais de 12%, nesta segunda-feira, com as ações da Petrobras ampliando as perdas para mais de 30%, após decisões da Arábia Saudita derrubarem os preços do petróleo. O cenário de incerteza se agravou em um mercado já melindrado com os reflexos do coronavírus na economia global.

Na sessão, o Ibovespa caiu 12,16%, a 86.075,87 pontos, tendo chegado a 85.879,64 pontos na mínima do dia, menor patamar desde o fim de 2018. A queda diária é maior desde setembro de 1998, ano marcado pela crise financeira russa.

Por volta de 10h30min, a bolsa acionou o circuit breaker, quando o Ibovespa tocou 88.178,33 pontos, uma queda de 10,25%. Os negócios foram paralisados por meia hora, pela primeira vez, desde 18 de maio de 2017, quando veio a público a gravação de uma conversa entre o então presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista.

As ações da Petrobras aceleraram as perdas, hoje, com as preferenciais caindo 31%, a R$ 15,70, sendo que na mínima chegaram a R$ 15,41. Já os papéis ordinários recuaram 31,01%, a R$ 16,60, tendo chegado a R$ 16,44 no pior momento.

O desempenho representou uma perda de cerca de R$ 95 bilhões no valor de mercado da Petrobras. Ainda assim, o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, descartou medidas emergenciais a serem tomadas pelo governo diante da forte queda do petróleo. “Ainda estamos passando por um momento perigoso, com extrema volatilidade”, chamou a atenção a equipe do BTG Pactual.

O petróleo Brent fechou em queda de 24,1%, a US$ 34,36 o barril, após a Arábia Saudita ter sinalizado que vai elevar a produção para ganhar participação no mercado, bem como cortado preços oficiais de venda de petróleo. Na mínima, o Brent caiu 30%, o maior recuo diário desde a Guerra do Golfo, em 1991.

A guerra aberta pela Arábia Saudita no front da produção de petróleo contra a Rússia chegou em um momento no qual o mercado ainda se mostra fragilizado pela rápida disseminação da epidemia do novo coronavírus além da China.