Bolsonaro oficializa no Twitter trocas na Casa Civil e na Cidadania

Deputado Osmar Terra volta à Câmara, onde representa o RS

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro confirmou, nesta quinta-feira, a ida de Onyx Lorenzoni para o Ministério da Cidadania e a entrada do general Walter Braga Netto na Casa Civil. O anúncio aparece em uma postagem no Twitter. Bolsonaro agradeceu a dedicação e o trabalho de Osmar Terra, que volta para a Câmara dos Deputados, onde representa o Rio Grande do Sul. A cerimônia de transmissão dos cargos ocorre na próxima terça, às 15h, no Palácio do Planalto.

Com a mudança, todos os ministros com assento no Planalto terão origem militar, salienta o jornal O Estado de S. Paulo. Ao completar 13 meses de governo e dizendo estar “sobrecarregado”, Bolsonaro vem se cercando cada vez mais de integrantes das Forças Armadas e até se reaproximou do vice, general Hamilton Mourão.

O Estadão revelou, nos últimos dias, que o Ministério da Cidadania contratou uma empresa suspeita de ter sido usada como laranja para desviar R$ 50 milhões dos cofres públicos, apesar dos alertas de fraude. Ontem, Bolsonaro cobrou explicações de Terra. A transferência de Onyx para a Cidadania já vinha sendo estudada pelo presidente, mas ele só bateu o martelo nessa quarta-feira.

A nova mexida no primeiro escalão foi praticamente sacramentada seis dias depois de Bolsonaro entregar o Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável pelo Minha Casa Minha Vida, para Rogério Marinho, até então secretário especial da Previdência, e desalojar Gustavo Canuto. O convite a Braga Netto para a Casa Civil foi feito há dias e reiterado nessa quarta. A informação “vazou”, porém, antes mesmo das conversas reservadas que Bolsonaro teve com Onyx e com Terra, separadamente.

O ministro da Cidadania chegou a almoçar com Bolsonaro, atletas e artistas, ontem. Depois disso, cumpriu agenda com a primeira-dama, Michelle, na Embaixada de Israel, em Brasília. No fim da tarde, Onyx apareceu sorridente ao lado de Bolsonaro, em cerimônia no Planalto, mas manteve o silêncio. À noite, ao chegar ao Alvorada, Bolsonaro não parou para falar com os jornalistas, mas cumprimentou eleitores. Questionado sobre as mudanças na Casa Civil, foi lacônico: “está tudo bem no governo”.

Desgaste

Nos bastidores, interlocutores do presidente atribuem o agravamento do desgaste de Onyx ao embate entre ele e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, que, desde meados do ano passado, assumiu a articulação com o Congresso. Onyx nunca se conformou em ter perdido essa função para um militar.

Tudo piorou no mês passado, quando o ministro saiu de férias, viajando para os Estados Unidos. O então secretário executivo da Casa Civil, Vicente Santini, usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar à Suíça e à Índia. Santini foi demitido por Bolsonaro. Além disso, por ordem do presidente, Onyx teve de entregar o comando do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para o Ministério da Economia.