A Justiça do Rio de Janeiro impediu a cremação do corpo do ex-policial militar Adriano da Nóbrega, de 43 anos, morto no domingo passado, durante troca de tiros com a polícia no município de Esplanada, na Bahia. Ele é acusado de chefiar a milícia Escritório do Crime, que atua na zona oeste do Rio de Janeiro. Além disso, teve o nome citado na investigação que apura prática de “rachadinha” no gabinete do então deputado (hoje senador) Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e de ter ligação com o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol) ocorrido em março de 2018.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a cremação havia sido marcada para as 10h desta quarta-feira, no crematório do Cemitério São Francisco Xavier, no Caju (zona norte do Rio). No entanto, era necessária uma autorização judicial. O pedido de alvará de cremação foi apresentado, na segunda-feira, ao Plantão Judiciário pela mãe de Adriano e duas irmãs dele.
Consultado, o Ministério Público do Estado do Rio manifestou-se contra a cremação. A juíza Maria Izabel Pena Pieranti decidiu não autorizar o procedimento, afirmando que há documentos pendentes, como a guia de remoção de cadáver e o registro de ocorrência. Além disso, segundo a magistrada, a eventual cremação impede exames que podem elucidar as circunstâncias da morte de Nóbrega.
Pelo Twitter, o senador Flávio Bolsonaro afirmou por volta do meio-dia desta quarta-feira que “acaba de chegar a meu conhecimento que há pessoas acelerando a cremação de Adriano da Nóbrega para sumir com as evidências de que ele foi brutalmente assassinado na Bahia. Rogo às autoridades competentes que impeçam isso e elucidem o que de fato houve”.