
Um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro determinou a inclusão do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) no Programa Nacional de Desestatização. O texto está na edição desta quinta-feira do Diário Oficial da União. O Serpro tem pouco mais de 9 mil empregados espalhados por unidades em todo o Brasil. Do total, 75% trabalham no quadro interno e o restante é cedido para outros órgãos da administração pública federal.
A unidade da empresa no Rio Grande do Sul emprega 481 pessoas (356 no quadro interno e 125 cedidos). O sindicato que representa os profissionais da área de processamento de dados diz temer a demissão de todo o quadro de funcionários. De acordo com a diretora do SindPPD, Vera Guasso, a categoria ainda não tem detalhes do processo. “É uma medida muito ruim para o país”, sustentou. “Pode atingir o emprego de mais de 450 trabalhadores e de suas famílias aqui no Estado”, completou Guasso.
Risco de apagão
Além do Serpro, que opera desde 1967 no Rio Grande do Sul, o governo pretende privatizar o Dataprev. A empresa é responsável pelo processamento dos pagamentos de 34,5 milhões de benefícios previdenciários, entre outros serviços. Vera Guasso aponta que, junto com a privatização do Serpro, os serviços da Previdência e do Imposto de Renda podem entrar em colapso. “Está em risco um apagão tanto no INSS como também na Receita”, observou. “A aposentadoria das pessoas já está com uma fila gigantesca”. completou a diretora do SindPPD.
Em nota divulgada à Rádio Guaíba, o Serpro informou que “está passando por um processo de transformação e de reestruturação para aumentar a eficiência operacional da empresa e garantir a transformação digital no país”. O documento prossegue afirmando que “vários estudos estão em andamento, seguindo as diretrizes de governo, mas ainda não há uma definição de quais ações e quando serão implementadas” acerca da desestatização.