Dataprev é incluída em programa de desestatização e funcionários relatam demissões

Pelo menos 493 funcionários do Dataprev devem ser desligados

Em meio à crise das filas de processos do INSS, o governo federal anunciou que o Dataprev, a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência, foi incluído no Programa Nacional de Desestatização. A empresa, entre outros serviços, é responsável pelo processamento do pagamento mensal de cerca de 34,5 milhões de benefícios previdenciários e pela aplicação online que faz a liberação de seguro-desemprego. A estatal, que pertence 49% ao próprio INSS e 51% ao governo federal, não possui servidores concursados, o que permite demissões.

O Dataprev, conforme funcionários, já iniciou o processo de demissão dos colaboradores. Serão 493 desligamentos, cerca de 30% dos 3.360 celetistas contratados. De acordo com Américo Morim Santos, esses funcionários em processo de demissão poderiam ajudar a resolver o atraso nos processos pendentes no INSS, problema que o governo promete resolver em seis meses. Apenas no Rio Grande do Sul, conforme ele, teriam sido 34 demissões.

“Conhecemos o sistema do INSS, conhecemos as agências, poderíamos ser utilizados para dar conta da demanda reprimida, mas o Dataprev não quer fazer esse debate”, lamentou. Desde o dia 8 de janeiro, os servidores já estão sendo comunicados do Programa de Adequação de Quantitativos (PAQ), que prevê adesões voluntárias às demissões, com pequeno ganho financeiro em comparação com as demissões compulsórias.

O governo, contudo, já autorizou 49 funcionários do Dataprev a auxiliarem na força-tarefa do INSS, junto com 7 mil militares da reserva, que tentarão diminuir a fila de pedidos de benefícios. Hoje, cerca de 1,3 milhão de pedidos estão pendentes há mais de 45 dias no INSS, que é o prazo legal para uma resposta do Instituto.