Bancada do MDB não garante quórum para votar pacote de Leite

Depois de reunião interna, os oitos deputados da bancada do MDB serão recebidos pelo governador Eduardo Leite no final da tarde.

Edson Brum e Fábio Branco, do MDB, comentaram dúvidas jurídicas da bancada sobre o pacote de Leite | Foto: Celso Bender/ALRS
Edson Brum e Fábio Branco, do MDB, comentaram dúvidas jurídicas da bancada sobre o pacote de Leite | Foto: Celso Bender/ALRS

O governador Eduardo Leite se reúne, no final da tarde de hoje, com os deputados estaduais do MDB. O partido detém a maior bancada da Assembleia Legislativa e pode ser decisivo na votação do pacote de reforma administrativa. Os textos podem ser votados a partir de amanhã. Mais cedo, os emedebistas discutem, entre si, a postura da legenda diante da pauta. O líder da bancada não garantiu quórum para a votação.

O pacote é composto por um projeto de lei, o que trata dos professores, e seis projetos de lei complementar. Além disso, há uma proposta de emenda à Constituição. Os emedebistas acreditam que votar PLCs e um projeto de lei antes de uma PEC descumpre a hierarquia jurídica.

Segundo o deputado Fábio Branco, o MDB ainda tem dúvidas sobre questões jurídicas do pacote e espera uma resposta satisfatória do Piratini. “Se não der [uma resposta] satisfatória, o governo vai saber a posição do MDB antes, não vai ser pego de surpresa”, afirmou. “Nós precisamos ter tranquilidade e a garantia de que o que estamos votando – se caso votarmos – vá trazer aquilo que é mais importante para o Estado nos próximos anos, que é o equilíbrio financeiro”, concluiu Branco. O líder do MDB reforçou a necessidade de segurança jurídica para analisar o projeto.

Manifestação no Twitter

Também do MDB, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça alertou sobre possíveis inconstitucionalidades nos projetos. Para Edson Brum, a ação do governo pode criar um passivo bilionário e Eduardo Leite seria responsabilizado pelo impasse. “Nas vezes em que fui convidado para apresentações do governador Eduardo Leite, o pacote estava pronto e ele não aceitou nossos argumentos sobre inconstitucionalidades”, lamentou Brum no Twitter.

Citando o chefe do Executivo, Edson Brum afirmou que Leite sabia da situação financeira do Estado e mandou, com atraso, a PEC 285, que prevê uma série de mudanças nas carreiras e na previdência. “Tanto que vota em 2019 e com inconstitucionalidades, assim como em alguns PLCs que devem ser votados após a PEC”, completou o deputado do MDB.