“Foi um ano de plantar, e o próximo, de colher”, garante Fecomércio, sobre economia

Entidade defende aprovação de projetos em níveis estadual e federal para alavancar economia

Foto: Marcos Nagelstein/ Agência Preview

“Este foi um ano de plantar. O próximo, será o ano de colher”. Com essa frase, o presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn, definiu o ciclo econômico de 2019. De acordo com a entidade, o ano que vem deve ser pautado por reformas estruturais, necessárias para dar continuidade ao processo de recuperação financeira do Brasil.

Em dados específicos, varejo e serviços apresentaram crescimento de 1,5% e 0,7%, respectivamente. Para o ano que vem, o setor espera crescimento de 2,5 % no comércio e 2% nos serviços; inflação média de 3,9%, e, no câmbio, dólar a R$ 4,37. O trabalho formal apresentou melhora, segundo a Federação, porém em ritmo lento. Já a massa de rendimento real voltou a crescer nos últimos meses de 2019, o que deve elevar os números finais do ano.

A entidade aponta alguns itens como fundamentais para a retomada do crescimento em 2020, como a aprovação da PEC emergencial para contenção de gastos, privatização da CEEE, CRM e Sulgás, no Rio Grande do Sul, além do pacto federativo e da reforma tributária. Sobre o pacote de reformas do governador Eduardo Leite, o presidente conta com a aprovação ainda em 2019.

“Os deputados não podem se ater à pressão das galerias”, disse Bohn. Eles foram legitimamente eleitos pela maioria da população, com seus partidos que representam ideologias de centro direita, em sua maioria, e eles tem de responder ao eleitor que o colocou lá”, prosseguiu, garantindo que “eles querem apoio, e nós daremos, sim, condições para que tenham apoio nas galerias”.

Bohn prossegue dizendo que “se quisermos um crescimento mais acelerado, precisamos criar condições para isso, o que passa por um setor público equilibrado e com maior produtividade”. Também alertou que é preciso aproveitar o momento de retomada da curva positiva: segundo a entidade, o Brasil vem apresentando crescimentos de “voo de pato, de galinha”, ou seja, de curta duração. “Entre nosso ciclo mais virtuoso e a queda, não vai mais do que dez anos. Então temos que acelerar mesmo, para aproveitar o próximo ano, porque daqui a pouco a gente está caindo outra vez”, asseverou o presidente.

Sobre a previsão do dólar a R$ 4,37 para o ano que vem, a Fecomércio entende o número como positivo, visto que o Banco Central e o Ministério da Fazenda estão apostando na dobradinha “juro baixo e câmbio alto”. Bohn explicou que o governo sabia do risco de fuga de capital, mas que a gestão não se mostra preocupada com o capital especulativo.

A respeito das taxas de inflação, que devem permanecer baixas, o presidente da Fecomércio disse que precisa reconhecer que “muito disso é por baixa demanda”, e que essa situação talvez possa gerar perda de margem de lucro. “Dólar mais alto faz ganhar a exportação, mas nós, do setor terciário, que vendemos e compramos produtos importados, temos que reconhecer que o dólar alto tem esse prejuízo.”