Chanceler ressalta importância de fortalecer acordos do Mercosul

Em Bento Gonçalves, líderes do bloco analisaram a situação de países como Venezuela, Chile e Bolívia

Quatro membros do Mercosul recepcionaram representantes de países associados | Foto: Guilherme Almeida/Especial/Correio do Povo
Quatro membros do Mercosul recepcionaram representantes de países associados | Foto: Guilherme Almeida/Especial/Correio do Povo

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, voltou a se dirigir aos líderes do Mercosul, no fim da tarde desta quarta-feira. O pronunciamento se deu durante reunião do Conselho de Mercado Comum. A mesa de negociações entre ministros é parte da Cúpula do Vale dos Vinhedos, realizada em Bento Gonçalves, cujo ápice deve ser a presença dos presidentes dos países que compõem o bloco.

O chanceler elogiou o Rio Grande do Sul, dizendo ser uma terra de liberdade e gente trabalhadora. Araújo também reafirmou o papel do país na garantia da estabilidade do continente. “Contem com o Brasil para a construção de uma América do Sul cada vez mais aberta e democrática”, afirmou. O chefe do Itamaraty também ressaltou os acordos comerciais como os firmados com países da Europa e projetou novas parcerias com asiáticos, caribenhos e latino-americanos. “É importante que a rede de acordos do Mercosul fique cada vez mais densa”, sustentou Ernesto Araújo.

Cenário político no continente

Os chanceleres da Argentina e do Uruguai aproveitaram a ocasião para se despedir dos colegas. O atual mandato argentino se encerra na próxima terça-feira, quando termina o governo de Mauricio Macri. Já o governo do uruguaio Tabaré Vázquez acaba em março de 2020. Os ministros dos dois países analisaram as crises políticas pelas quais passa o continente.

O chanceler uruguaio Rodolfo Nin Novoa, apesar de ser filiado a uma agrupação política de centro-esquerda, ressaltou a necessidade de democratização da Venezuela acima de visões ideológicas. Enquanto isso, o argentino Jorge Faurie comentou a situação do Chile, que passa por uma onda de protestos contra a política social e econômica do país. O ministro citou o exemplo chileno como uma lição para a América do Sul, destacando o papel dos políticos na solução dos problemas do povo. Faurie também pediu a conclusão do processo eleitoral na Bolívia, após a renúncia de Evo Morales, e a defesa dos direitos humanos.

Em resposta, o representante chileno disse que o país passa por um momento de ataque à democracia e que o presidente Sebastian Piñera busca o diálogo com a população. Já o enviado boliviano agradeceu a solidariedade e a compreensão dos demais sobre a situação do país. O diplomata garantiu que novas eleições serão realizadas com transparência e pediu a colaboração dos vizinhos na fiscalização do pleito.

Agenda da Cúpula

No meio da tarde, Ernesto Araújo criticou políticas protecionistas e o socialismo. A Cúpula do Mercosul prossegue, nesta quinta-feira, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e de outros chefes de Estado do bloco.