A cidade de Bento Gonçalves, na Serra gaúcha, será o centro da política da América do Sul nos próximos dias. A 55ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul será realizada em um hotel do município na quinta-feira (5). São esperadas as presenças dos presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro; da Argentina, Mauricio Macri; do Paraguai, Mario Abdo Benitez; e da vice-presidente do Uruguai, Lucía Topolansky, esposa do ex-presidente José Mujica. Nos dias anteriores ao encontro, diplomatas, ministros e assessores participam de reuniões do bloco econômico.
Bento Gonçalves espera receber milhares de pessoas no evento, sendo que 3 mil só no aparato de segurança dos países convidados. Os esquemas de trânsito e de segurança preveem o credenciamento de moradores, empregados e donos de empresas da região onde a Cúpula será realizada. O organização do encontro ficou a cargo do Ministério das Relações Exteriores, em parceria com a Polícia Federal, o Exército e a Agência Brasileira de Inteligência.
Expectativas da Prefeitura
O prefeito de Bento Gonçalves destacou a característica do município em receber grandes eventos. Guilherme Pasin afirma que a rotina do distrito do Vale dos Vinhedos mudou com os preparativos para a Cúpula do Mercosul. “A nossa cidade começa a ficar na expectativa, o centro urbano começa a respirar ares diferentes”, relatou. “É mais renda para a nossa gente, mais tributo para o nosso Estado e mais oportunidade de emprego para o nosso povo”, completou Pasin.
O município é um dos principais do Rio Grande do Sul na realização de eventos corporativos e feiras, entre elas as relacionadas à produção de vinhos. O prefeito Guilherme Pasin comemorou este novo perfil de atividades, como a Cúpula do Mercosul, que buscam Bento Gonçalves como sede. “Nós estamos adentrando nesta condição muito bacana de reconhecimento público”, apontou. “Estamos fazendo de tudo para bem receber, não apenas aqueles que vêm a partir deste encontro, mas todos aqueles que vêm para Bento Gonçalves curtir uma belíssima gastronomia, bons vinhos e todos os atrativos que a região da Serra gaúcha oferece aos visitantes”, concluiu Pasin.
Encontro histórico
A Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul vai marcar o último evento com a presença do argentino Mauricio Macri. Derrotado nas eleições de outubro, o governante de centro-direita deixa a Casa Rosada no dia 10 de dezembro para dar lugar ao peronista Alberto Fernández.
No lado uruguaio, o encontro também será o último do governo da Frente Ampla, partido que foi derrotado nas eleições de 24 de novembro por Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, que assume em março de 2020. No entanto, o presidente Tabaré Vázquez fica de fora da Cúpula por estar em meio a um tratamento contra um câncer. O líder do Uruguai será substituído por sua vice, Lucía Topolansky.
As autoridades do Mercosul aguardam uma resposta da presidente interina da Bolívia. A senadora Jeanine Áñez assumiu o cargo após a renúncia de Evo Morales. O país passa por um processo de adesão ao bloco e foi convidado para participar da Cúpula, bem como as outras nações da América do Sul.
Calendário
As deliberações do Mercosul começam na segunda-feira (2), quando se reúne a Comissão de Comércio do bloco. Na terça, haverá a aprovação das mudanças sugeridas no dia anterior. Já na quarta, o Conselho do Mercosul, que é o órgão máximo, emite as decisões acordadas. Por fim, na quinta-feira (5), os presidentes se encontram pessoalmente.
O presidente Jair Bolsonaro é o atual presidente pro tempore do bloco. Com a realização da Cúpula, o brasileiro deixa o posto para o paraguaio Mario Abdo Benitez, que terá a responsabilidade de organizar o encontro em seu território em meados de 2020.