Aids: Porto Alegre é a capital do Brasil com mais mortes e a terceira em casos novos da doença

Rio Grande do Sul segue em terceiro, no País, entre os estados com mais notificações da doença entre 2008 e 2018

Foto: Cristine Rochol / PMPA / Divulgação

Porto Alegre é a capital do Brasil com mais mortes atribuídas à Aids: 22,5 a cada 100 mil habitantes. Já o Rio Grande do Sul mantém a maior taxa estadual, de 7,8 a cada 100 mil. Os dados foram apresentados nesta sexta-feira pelo Ministério da Saúde, que lançou a edição de 2019 do Boletim Epidemiológico. De outro lado, a Capital gaúcha caiu da primeira para a terceira posição em taxa de detecção de casos de Aids em pacientes com 13 anos ou mais: 53,7 a cada 100 mil habitantes. Florianópolis (57,0) e Belém (56,1) passaram à frente.

Apesar de ter reduzido em 39,3% a detecção de casos novos de 2008 a 2018, o Rio Grande do Sul se mantém em terceiro entre os estados com mais notificações da doença nesse período (28.415), atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Seis municípios gaúchos – Rio Grande, Novo Hamburgo, Canoas, Pelotas, Porto Alegre e São Leopoldo – aparecem entre os 20 com os maiores índices compostos, levando em consideração as taxas de detecção, mortalidade e contagem de cédulas CD4. Rio Grande e Novo Hamburgo aparecem no topo do ranking nacional.

Mesmo com que o número de casos ainda seja expressivo em Porto Alegre, o orçamento da Coordenação Municipal IST/Aids vem sofrendo reduções constantes. Em 2019, o corte de verba do governo federal chegou a R$ 700 mil, enquanto a previsão orçamentária do Município para o próximo ano é de cerca de R$ 500 mil, segundo a coordenadora, Caroline Ceolin Zacarias. “Tivemos uma diminuição do orçamento, mas temos tentado distribuir ele nos três pontos: prevenção, diagnóstico e adesão.”

Com a redução de recursos, Caroline sustenta que o foco se volta para as ações de diagnóstico. Segundo a coordenadora, o grande problema é a adesão dos pacientes ao tratamento.

As contaminações verticais – quando a mãe transmite a doença para a criança, seja durante a gestação, parto ou amamentação – ainda se mantêm as maiores do país, tanto em Porto Alegre (20,2 a cada mil nascidos vivos) quando no Rio Grande do Sul (9,2 a cada 100 mil). Mesmo com os índices altos, a integrante da Coordenação Estadual de IST/Aids, Fernanda Carvalho, considera que a situação vem melhorando. “Nossos dados vêm ano a ano melhorando. Chegamos ao ponto de uma epidemia muito disseminada e, a cada ano, os nossos índices vêm caindo.”