Os níveis de gases de efeito estufa na atmosfera atingiram um novo recorde de 407,8 partes por milhão em 2018. No ano anterior, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), registrou uma concentração de dióxido de carbono de 405,5 partes por milhão.
Em nota emitida nesta segunda-feira, a agência da ONU salienta que essa tendência prossegue a longo prazo, indicando que as presentes e futuras gerações deverão enfrentar impactos cada vez mais severos da mudança climática.
As consequências da situação incluem o aumento constante das temperaturas, a ocorrência de fenômenos climáticos extremos, um maior estresse hídrico, a subida do nível do mar e a alteração dos ecossistemas marinhos e terrestres.
O último Boletim da OMM sobre os Gases de Efeito Estufa enfatiza que, entre 2017 e 2018, a concentração de CO2 se manteve similar à observada no período anterior, ligeiramente acima da média na última década.
A publicação assinala ainda que os níveis globais do gás carbônico ultrapassaram a referência global de 400 partes por milhão, que foram adotadas pelos países em 2015.
A OMM também relembra que o dióxido de carbono permanece por séculos na atmosfera e durante períodos ainda mais longos no oceano.
Concentrações
O estudo revela ainda que as concentrações de metano e óxido nitroso aumentaram em relação à década passada. As observações foram feitas pela rede Global Atmosphere Watch, que mantém estações em regiões remotas como o Ártico, áreas montanhosas e ilhas tropicais.
No ano passado, a concentração do ácido nitroso na atmosfera chegou a 331,1 partes por bilhão, uma quantidade que corresponde a 123% dos níveis pré-industriais.
A OMM também frisa que o aumento dessa substância no período entre 2017 e 2018 foi maior do que no ano anterior, e mais alto do que a média de crescimento nos últimos 10 anos.
A agência da ONU enfatiza a importância do óxido nitroso na destruição da camada de ozônio, que filtra os raios ultravioleta e corresponde a cerca de 6% da força radiativa dos gases de efeito estufa de longa duração.
Aquecimento
A OMM também menciona a subida de 43% na perturbação radiativa total, que é o efeito do aquecimento no clima causado pelos gases de efeito estufa de longa duração.
O boletim da agência incluiu dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, destacando que o CO2 responde por cerca de 80% desse fenômeno.