Depois de Caxias e Alvorada, mais oito cidades querem reservistas do Exército como monitores cívico-militares

Proposta despertou interesse de instituições em Alegrete, Uruguaiana, Santa Maria, Horizontina, Ijuí, Lajeado, Jaguarão e Bagé

Foto: Divulgação / Facebook

Após a Assembleia Legislativa ter aprovado, nessa terça, o ingresso de monitores cívico-militares na rede pública de ensino, o deputado Luciano Zucco (PSL) adiantou que o projeto pode ser estendido a outras oito cidades gaúchas.

As escolas de Ensino Médio Alexandre Zattera, de Caxias do Sul, e Carlos Drummond de Andrade, em Alvorada, foram as primeiras contempladas pelo Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares, no Rio Grande do Sul. A experiência entra em vigor em 2020. Conforme Zucco, a proposta despertou interesse de instituições em Alegrete, Uruguaiana, Santa Maria, Horizontina, Ijuí, Lajeado, Jaguarão e Bagé.

O projeto das escolas cívico-militares é encabeçado pelo governo federal e recebeu apoio do Executivo gaúcho. No RS, o governo estadual incorporou uma proposta do deputado Zucco, defensor do programa nacional. O texto prevê atuação de civis na parte de ensino e pedagógica, com militares colaborando na formação dos estudantes. Cada instituição de ensino contemplada recebe aporte de R$ 1 milhão em incentivos do governo federal, incluindo a compra de uniformes.

Conforme Zucco, o objetivo da proposta é incorporar aos alunos atitudes e valores sociais, patrióticos e familiares. Ontem, por 41 votos a favor e oito contra, a Assembleia autorizou que servidores da reserva da Brigada Militar e das Forças Armadas possam atuar como monitores nas escolas públicas municipais e estaduais, com remuneração mensal de R$ 2,4 mil.

No plenário, a proposta recebeu três emendas da deputada Luciana Genro (PSol), para incluir capacitação em direitos humanos, vedar o uso de armamentos ou equipamentos de choque e limitar as atividades dos monitores às cercanias da escola. Devido à aprovação de requerimento de preferência para o texto original do projeto, as emendas ficaram prejudicadas e não foram a votação. Luciana questionou como vai ser a atuação de um brigadiano, sem qualquer formação em pedagogia, dentro do ambiente escolar.

Zucco rebate: “Eu vejo os deputados falarem barbaridades, pois não conhecem os projetos. Eu estava com os estudantes do Colégio Militar Tiradentes e, lá, as crianças não são torturadas, não existe bomba de gás ou arma de choque. Isso realmente é uma pauta de esquerda baixa. O modelo cívico-militar é apenas uma proposta. Nas escolas Zattera, em Caxias, ou na Carlos Drummond de Andrade, em Alvorada, existem filas para ingressar”, salientou.