Líder indígena Guajajara é assassinado em confronto no Maranhão

Ministro Sergio Moro disse que PF vai apurar a morte

O líder indígena Paulo Paulino Guajajara, do grupo denominado Guardiões da Floresta, morreu assassinado em uma emboscada realizada, nessa sexta-feira, na Terra Indígena Arariboia, no município maranhense de Bom Jesus das Selvas. A Secretaria de Participação e Direitos Humanos do Maranhão confirmou o óbito.

Por meio do Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse que a Polícia Federal (PF) vai apurar o assassinato de Guajajara. “Não pouparemos esforços para levar os responsáveis por este crime grave à Justiça”, escreveu.

Outro líder, o índio Laércio Souza Silva, sofreu ferimentos à bala, teve de ser internado mas já recebeu alta, de acordo com a secretaria.

Um suposto madeireiro que participou da emboscada também morreu. O governo do Maranhão informou ter enviado equipes de segurança e direitos humanos para proteger os indígenas na região e ajudar nas investigações.

Segundo relatos, Laércio e Paulino, que era conhecido como “Lobo Mau”, haviam se afastado da aldeia para buscar água e foram cercados por pelo menos cinco homens armados que atiraram contra eles.

No Twitter, o governador do Maranhão, Flávio Dino, disse que a competência para apurar crimes contra os direitos indígenas é da esfera federal, mas que a polícia estadual colabora com as investigações. O governo estadual também ofereceu ajuda ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para combater queimadas na região, destacou o governador.

Em nota, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) criticou a “ausência do poder público na proteção dos territórios indígenas”.