O diretor de Assuntos Corporativos da Petrobras, Eberaldo Neto, disse hoje que a análise de 30 amostras do petróleo recolhido de praias do Nordeste mostra que a substância é extraída em três campos de produção na Venezuela. Em uma entrevista coletiva concedida à imprensa para analisar os resultados do balanço do terceiro trimestre de 2019, Neto esclareceu que a companhia agiu assim que acionada pela União, no início de setembro, e recolheu 340 toneladas de resíduos das praias. “A origem do vazamento é outra coisa. A gente entende que é na costa brasileira”, salientou.
A suspeita, segundo ele, é de que o vazamento tenha ocorrido no Oceano Atlântico, em uma região no caminho de uma corrente marinha que vem da África e se bifurca, seguindo para a costa setentrional do Nordeste, de um lado, e para a Bahia e o Sudeste, do outro, passando pelos locais onde o óleo vem sendo recolhido. “Provavelmente, um navio passando ali. As autoridades estão investigando”, completou.
Neto destacou que o fato de o petróleo afundar e seguir para o litoral em uma camada abaixo da superfície do mar dificulta a visualização dele com sobrevoos e satélites e também a contenção dele com barreiras.
“A gente tem um centro de defesa ambiental preparado para isso, mas preparado para um óleo da Petrobras, que vaza de instalação da Petrobras, e a gente localiza a fonte e ataca com os instrumentos mais adequados”, disse o diretor, que explicou que o fato de o óleo submergir quase que inviabiliza a contenção dele antes de chegar ao litoral.
O diretor da estatal afirmou que a Petrobras vai distribuir equipamentos de proteção individual em comunidades do Nordeste para que voluntários possam se proteger de possíveis intoxicações no contato com a substância.
Neto disse que o foco da Petrobras é continuar o trabalho e qualquer discussão sobre o valor a ser ressarcido à companhia pelos recursos gastos deve ser feita posteriormente.