Delegado cogita pedir prisão preventiva do vereador licenciado André Carús

Max Otto Ritter disse que depoimentos marcados para esta quinta serão fundamentais para que tome ou não essa decisão

Foto: Leonardo Contursi / CMPA

Em função do transcorrer das investigações, o delegado Max Otto Ritter estuda pedir a prisão preventiva do vereador licenciado de Porto Alegre André Carús (MDB), detido, na semana passada, pela suspeita de extorquir assessores a fim de pagar uma dívida pessoal. Às 23h59min desta quinta, expira o prazo da prisão temporária do parlamentar, já prorrogada pela Justiça. Conforme a investigação, o desenrolar de dois depoimentos, ambos aguardados para amanhã, é fundamental para definir o pedido ou não da preventiva.

Nesta quinta, serão ouvidos Roberto dos Santos, funcionário que atuou como CC na Prefeitura, mas que ficou em silêncio após ser detido, e um dos diretores da financeira que liberou empréstimos a assessores do gabinete de Carús. O primeiro chegou a ser detido por cinco dias e o segundo cumpre prisão temporária desde ontem.

Além disso, o delegado justifica que o pedido de preventiva pode ser formalizado em função da análise de depoimentos colhidos até agora e que, segundo ele, apontaram contradições. Ritter também cita as provas coletadas e a necessidade de afastar a possibilidade de que o vereador atrapalhe as investigações.

Nessa terça-feira, Carús prestou depoimento por três horas. O conteúdo não é revelado pela Polícia. Logo após a prisão, na terça retrasada, o vereador ficou em silêncio.

Na última sexta, Carús passou a ocupar uma cela da Cadeia Pública, após a Justiça ter prorrogado a prisão temporária. Nos três dias anteriores, o emedebista ficou sob custódia no Deic. Em função da prisão, o parlamentar pediu licença, por tempo indeterminado, da Câmara de Porto Alegre. O vereador suplente Delegado Cleiton (PDT) já tomou posse. A Câmara também exonerou toda a equipe do gabinete de Carús.

Empréstimos “por livre e espontânea vontade”

Na semana passada, o advogado de defesa do vereador, Jader Marques, confirmou que a equipe do parlamentar contraiu empréstimos para ajudá-lo a sair de uma “situação de dificuldade financeira”. Marques garantiu, no entanto, que “esses valores foram tomados por livre e espontânea vontade, sem intervenção do político.”

Quebras de sigilo

Além da prorrogação da prisão, a Polícia Civil também encaminhou um pedido de quebra de sigilos bancário e fiscal de André Carús e de outros dois presos. A investigação solicitou ainda a quebra dos sigilos bancários de outras pessoas ligadas ao parlamentar. Os nomes e cargos não foram divulgados para não atrapalhar o trabalho.

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