Aberta sindicância que apura concessão de licenças saúde a assessores de Carús

Prazo é de até 20 dias para que trabalho seja concluído. Vereador segue preso pela suspeita de extorquir funcionários de gabinete, que faziam empréstimo consignado

Vereador André Carús
Foto: Guilherme Almeida/CP

A partir desta quarta-feira, a sindicância aberta na Câmara Municipal para investigar a conduta de cargos em comissão (CCs) que atuaram no gabinete do vereador André Carús (MDB) vai ter dez dias, prorrogáveis por mais dez, para concluir o trabalho. O Diário Oficial de Porto Alegre publicou ontem a ordem de início da apuração.

O objetivo é averiguar se os CCs que atuaram com Carús obtiveram licença saúde a fim de ampliar a margem para aquisição de empréstimos junto à financeira que também é investigada no esquema. Desde a terça-feira retrasada, o vereador é mantido preso, pela suspeita de extorquir assessores, supostamente forçados a tomar os financiamentos para pagar despesas pessoais dele. Amanhã, vence o prazo da prisão temporária do emedebista, levado, na sexta passada, para a Cadeira Pública de Porto Alegre.

A sindicância vai ser conduzida por um dos procuradores da Câmara. Ao todo, serão apuradas a conduta de até 12 CCs, que passaram pelo gabinete de Carús. As licenças saúde eram emitidas após exame médico, realizado no Posto do IAPI. A unidade é responsável por realizar as perícias de todos servidores da Prefeitura, sejam do quadro ou não. A conduta médica também pode entrar no radar da sindicância. A meta é esclarecer se houve favorecimento ou não para a autorização das licenças. Desde a ofensiva policial, o Legislativo já vinha separando documentos sobre o caso.

Os empréstimos consignados contraídos junto à financeira também aparecem discriminados nos contracheques dos assessores, uma vez que o valor das parcelas é especificado. Em um dos casos, a estimativa é de que tenham sido assinados, pelo servidor, empréstimos superiores a R$ 250 mil. Ao término da sindicância, o relatório final é encaminhado às autoridades competentes, como Polícia Civil e Ministério Público.