Porto Alegre: greve em postos de saúde do Imesf deve ter adesão massiva, calcula sindicato

Prefeitura vê contrassenso em paralisação

Foto: SindisaúdeRS/Divulgação

O Sindisaúde-RS espera adesão massiva de trabalhadores do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) a uma paralisação de três dias, com início previsto para esta quarta-feira, em Porto Alegre. De 140 unidades de atendimento básico, 77 são de responsabilidade do Imesf e podem fechar ao público, até sexta-feira. Já nesta segunda-feira, funcionários de 23 unidades cruzaram os braços, o que deixou 124 mil pessoas potencialmente desassistidas, conforme a Prefeitura.

Nesta quarta, a concentração ocorre em frente à Prefeitura, às 8h. Em caminhada, os manifestantes devem partir em direção à Câmara de Vereadores, onde se reúnem com a presidente da Casa, Mônica Leal (PP).

Uma reunião era prevista para ocorrer, também, entre representantes dos trabalhadores, dos Ministérios Públicos Estadual e do Trabalho e o Tribunal de Contas. Esse encontro, no entanto, foi adiado para quinta-feira, para que os órgãos possam se encontrar, antes, com o prefeito da cidade, Nelson Marchezan Jr.

A Secretaria Municipal de Saúde disse, em nota, que não há motivos para a paralisação, já que extinção do Imesf decorre de uma ordem do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, confirmada pelo Supremo Tribunal Federal. A Corte declarou inconstitucional a lei que criou o órgão, em 2011. Para a Pasta, é um contrassenso que trabalhadores que querem continuar atendendo a população deixem de atender “para pleitear qualquer reivindicação”. A secretaria informou ainda que “não vai tolerar a descontinuidade do cumprimento do contrato” vigente.

Desde o anúncio do fim das atividades do Imesf, os trabalhadores iniciaram uma série de protestos, inclusive com fechamento de postos de saúde. O Sindisaúde defende a transformação do Imesf em uma empresa pública com a permanência dos mais de 1,8 mil funcionários contratados pelo órgão.