Campanha Nacional contra o sarampo abre com baixa procura em Porto Alegre

Dos quatro óbitos registrados este ano, três foram em crianças menores de 1 ano. Nessa faixa etária, 1,8 milhão devem se vacinar

Casos de sarampo chegam a 15 no Rio Grande do Sul
Foto: Alina Souza/CP

A primeira etapa da Campanha Nacional contra o sarampo teve início, nesta segunda-feira, com atendimento a crianças de seis meses a cinco anos incompletos, grupo considerado o mais suscetível para complicações. A doença já atingiu 13 pacientes no Rio Grande do Sul em 2019. O Dia D da iniciativa é 19 de outubro, e a imunização segue até o dia 25.

Crianças sem esquema vacinal completo contra o sarampo devem atualizar a caderneta ainda neste mês. A procura nos postos de Porto Alegre se manteve baixa na primeira manhã da campanha.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) oferece a vacina em todas as unidades de saúde, com horários diferenciados de atendimento (unidades de saúde, 8h às 17h; US Tristeza, Ramos, Modelo e São Carlos, das 8h às 22h; Clínica da Família, na Restinga, das 8h às 20h). A priorização do grupo até cinco anos na primeira etapa deve-se à elevada incidência da doença nessa faixa etária, em surtos registrados em 2019 no país: essas crianças correm mais risco de desenvolver complicações, como cegueira, encefalite, diarreia grave, infecções no ouvido, pneumonias e óbitos pelo sarampo.

O objetivo da campanha é interromper a circulação viral e controlar a doença no Brasil. Dos quatro óbitos registrados este ano, três foram em crianças menores de 1 ano. Nessa faixa etária, 1,8 milhão devem se vacinar.

Segunda etapa

Em novembro, a campanha entra na segunda etapa, sendo dirigida à atualização da carteira de jovens entre 20 e 29 anos. Para garantir doses suficientes, o Ministério da Saúde anunciou a compra extra de 47 milhões de unidades da tríplice viral – que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Com isso, 60 milhões de doses serão distribuídas pelo governo federal neste ano.

Para 2020, a previsão é enviar aos estados e municípios mais 65 milhões de vacinas deste tipo. “Era uma doença que estava eliminada e voltou, tivemos um retrocesso, porque é evitável com a vacina”, explica o médico da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Juarez Cunha. Segundo ele, trata-se de uma doença altamente contagiosa. “A cada dez pessoas suscetíveis à doença, ou seja, as que não tiveram ou as crianças que não estão com o esquema vacinal completo, nove podem adoecer”, explica.

Fique atento

Qualquer pessoa que apresentar febre e manchas no corpo acompanhado de tosse, coriza ou conjuntivite deve procurar os serviços de saúde para a investigação diagnóstica, principalmente aqueles que estiveram recentemente em locais com circulação do vírus. Casos suspeitos devem ser informados imediatamente às Secretarias Municipais de Saúde ou para o Disque Vigilância, através do número 150.