De modo geral, as lavouras apresentam bom desenvolvimento. No Estado, 59% das lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento do colmo), 32% na fase de floração e 9% delas na fase de enchimento do grão.
Nesta safra, a área estimada pela Emater/RS-Ascar para o cultivo do trigo é de 739,4 mil hectares. A área de cultivo de trigo no Rio Grande do Sul corresponde a 37% da área brasileira de plantio com o grão.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí (30% da área do Estado), que engloba os Coredes Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, a cultura vem evoluindo rapidamente para o estádio reprodutivo, iniciando floração e emissão das espigas. Com clima seco, a cultura diminuiu o crescimento e apresenta folhas basais amareladas. A folha bandeira está com desenvolvimento inicial satisfatório, coloração normal e baixa incidência de doenças, apesar da incidência de oídio, concentrado nas folhas baixeiras; bom controle fitossanitário realizado pelos produtores. A cultura apresenta excelente potencial produtivo até o momento. A queda de granizo que ocorreu na noite de sexta atingiu poucas lavouras, com danos maiores em Panambi. O impacto desta intempérie não altera a perspectiva de produtividade da região, em função de ter atingido área pouco expressiva. Em 66% da área de 221 mil hectares, a cultura encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo (final do estádio de perfilhamento e iniciando elongação), 25% em início da floração e 9% na fase de enchimento do grão.
Na regional de Santa Rosa (27% da área de trigo do Estado), que compreende os Coredes Fronteira Noroeste e Missões, 36% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo (iniciando a elongação), 52% em floração com emissão da espiga e 11% em enchimento de grãos. Com a ocorrência da chuva na semana passada e do domingo ensolarado, as condições climáticas têm colaborado para a melhoria das condições das lavouras. Assim, com o bom aspecto geral das lavouras, se mantém a expectativa inicial de produtividade para a região.
Seguem em andamento as aplicações de inseticida para controle da infestação de pulgão, que vinha ocorrendo devido ao clima seco, e de fungicidas para controle do oídio (na parte inferior da planta) e da ferrugem da folha, principalmente nas lavouras em desenvolvimento vegetativo e elongação do colmo; tem continuidade a aplicação de fungicidas para prevenir a giberela nas lavouras em floração e espigamento. Na regional de Frederico Westphalen (14% da área no Estado), que corresponde aos Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai, em 55% das lavouras o trigo está em desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento do colmo), 40% em início da floração e 5% delas encontram-se na fase de enchimento do grão. A cultura apresenta bom aspecto visual, e os agricultores realizaram aplicações de fungicidas e adubação nitrogenada em cobertura. Com a entrada da fase de floração, aumenta a preocupação dos agricultores com o excesso de frio e a possibilidade de geadas na região. Na regional de Passo Fundo (6,5% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Produção e Nordeste, 90% da cultura encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo e 10% em floração. Os produtores monitoram pragas e doenças, realizando controle quando necessário. Em algumas lavouras mais adiantadas, são aplicados tratamentos fitossanitários preventivos. Destaque para os municípios de Não-Me-Toque (com seis mil hectares) e Lagoa Vermelha (com quatro mil hectares), cujo rendimento em 2018 foi de 3,6 toneladas por hectare, acima da média do Estado, que é de 2,46 toneladas por hectare.
Na regional de Santa Maria (5,5% da área do Estado), que engloba os Coredes Central, Vale do Jaguari e Jacuí Centro, as temperaturas baixas, os dias ensolarados que continuaram nesta semana e o retorno das chuvas favoreceram o desenvolvimento da cultura. Muitos produtores ainda fazem os tratos culturais, tais como a adubação de cobertura e o controle preventivo de pragas e doenças. Em 60% da área, o trigo encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento de colmos), 20% no início da floração e 20% na fase de enchimento do grão. Na região, as maiores áreas estão situadas em Tupanciretã, com 14,8 mil hectares; Santiago, com 5,5 mil hectares; Júlio de Castilhos e Capão do Cipó, com estimativa de cinco mil hectares de área cultivada com trigo em cada município. O nível de desenvolvimento da cultura na região indica que o rendimento médio poderá superar a estimativa inicial de 2.250 quilos por hectare.
Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé (5,1% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Campanha e Fronteira Oeste, 60% das lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento dos colmos), 25% na fase de floração e 15% na fase de enchimento do grão. Nas lavouras em fase de desenvolvimento vegetativo, os produtores ainda realizam a adubação nitrogenada; naquelas em floração ocorre manejo sanitário principalmente com aplicação de fungicidas para o combate do oídio e de inseticida para o controle do pulgão. De modo geral, o desenvolvimento da cultura é considerado bom, favorecido pela baixa temperatura, insolação e boa umidade no solo. Os municípios com maior estimativa de área cultivada com a cultura do trigo são os seguintes: São Borja, com 13 mil hectares; Itaqui, com seis mil hectares; São Gabriel, com quatro mil hectares. Destaque para as lavouras localizadas em
São Borja, das quais 60% estão na fase de floração e 40% na fase de enchimento do grão, com expectativa média de 2,7 toneladas por hectare. Na regional de Caxias do Sul (4% da área do Estado), que corresponde aos Coredes Serra, Campos de Cima da Serra e Hortênsias, 88% das lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo, 4% na fase de floração e 8% em enchimento do grão. A chuva voltou no final de semana, com volume acumulado em torno dos 25 milímetros em Vacaria, precipitação suficiente para recuperar a umidade do solo e permitir a finalização da adubação nitrogenada. Nos Campos de Cima da Serra, onde se destacam os municípios produtores de Muitos Capões, Vacaria, Esmeralda, Bom Jesus e Campestre da Serra, a maioria das lavouras se encontra na fase final de perfilhamento e início de elongação. As plantas apresentam ótimo aspecto sanitário, além de uma boa retomada do crescimento após o retorno da umidade em níveis adequados. Nos municípios de menor altitude na região da Serra, as lavouras se encontram em alongamento e emissão da espiga e na fase de florescimento, exigindo a aplicação de fungicidas para mantê-las com baixa incidência de doenças. Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim (com 3,3% da área do Estado), que corresponde ao Alto Uruguai, 90% das lavouras de trigo estão na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento dos colmos) e 10% em floração.
Algumas lavouras da região começaram a sentir a falta de umidade no solo. Mas com o retorno desta nos últimos dias, espera-se que a cultura se recupere. Destaque para os municípios de Sertão, com quatro mil hectares; Cruzaltense, com dois mil hectares; e Ipiranga do Sul, com 1,8 mil hectares. Na regional de Soledade (com 3% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo, em 85% das lavouras da região a fase é de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e elongação do colmo), 20% delas estão em floração e 5% na fase de enchimento do grão. A ocorrência de chuvas gerais em toda a região normaliza a umidade do solo e beneficia a cultura, que em pontos isolados já apresentava sinais de déficit hídrico. Na condição de boa umidade do solo, radiação solar abundante e temperaturas normais para a época, a cultura tem crescimento e desenvolvimento normalizado. No momento a maior parte da área cultivada com a cultura se encontra nas fases de floração e enchimento do grão. Lavouras com boa tecnologia apresentam ótimo potencial produtivo, favorecidas pelas chuvas da semana. Apesar das condições climáticas serem favoráveis à cultura, muitas lavouras podem ter seu potencial produtivo reduzido por conta da baixa tecnologia empregada. Os produtores seguem monitorando as áreas, com atenção especial à incidência da lagarta Spodoptera; aplicam fungicidas para controle do oídio que se expandiu, favorecido pelo tempo mais seco de agosto. A adubação de cobertura foi finalizada em lavouras do cedo; naquelas com semeadura tardia, o manejo está em finalização.
Mercado (saca de 60 quilos)
O preço médio semanal do trigo no Rio Grande do Sul foi de R$ 41,45/sc., valor 0,34% inferior ao da semana anterior, segundo levantamento semanal da Emater/RS-Ascar. Na regional de Ijuí, os preços praticados ficaram entre R$ 41,00 e R$ 43,00/sc. Na região de Santa Rosa, o preço médio pago aos produtores se manteve igual em relação à semana anterior, em média R$ 41,00/sc. para trigo com pH 78. Na região de Caxias do Sul, o trigo foi comercializado a R$ 42,00/sc. para pH 78. O preço médio recebido na regional de Erechim foi de R$ 41,00/sc. O preço mínimo para o trigo em grão tipo 1 (pão) com pH 78, safra 2019-2020 para a região Sul é de R$ 40,57/sc., estabelecido pela Portaria nº 31, de 11/03/2019.
Fonte: Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises.