Mercado de carnes nobres impulsiona procura pela genética da raça Wagyu

Foto: Divulgação/Invernada Santa Fé

Introduzida no Brasil em 1992, a raça originária do Japão vem ganhando espaço entre os pecuaristas do Brasil. Os bovinos de corte da raça Wagyu possuem a carne considerada a mais saborosa do mundo – e também a mais valorizada no mercado. A principal diferença do Wagyu para outras raças está no alto grau de marmoreio, a gordura entremeada às fibras que dá sabor, suculência e maciez à carne.

Com a expansão da raça, não só o mercado de carnes nobres é impulsionado, mas também o mercado da genética, na procura pelo melhoramento e qualificação dos rebanhos nas propriedades. Em vários estados do país, cada vez mais, pecuaristas estão investindo no potencial de melhoria da carne utilizando o cruzamento com Wagyu.

No Rio Grande do Sul, vem da região Central uma das principais referências em genética de animais PO da raça Wagyu no estado. A Fazenda Invernada Santa Fé, de Júlio de Castilhos, vem investido há muitos anos em melhoria genética do seu rebanho e, atualmente, atende o mercado nacional tanto em genética como no fornecimento de carne Wagyu. A Fazenda, que já produziu muitos campeões, conta com uma seleção dos melhores exemplares da raça, em especial os da linhagem preta Tajima, que representam o que há de melhor em qualidade de carne e marmorização.

Atualmente a Invernada Santa Fé tem 3 de seus touros em centrais de ponta. O touro Átila SFW 1066, por exemplo, último campeão nacional da raça, tem seu sêmen comercializado pela Alta Genetics. Já o touro Masahiro SFW 2554, primeiro lugar na prova de ganho de peso 2018 na linhagem de pelagem preta (realizada em Sertãozinho/SP), está na ABS Pecplan e o touro Haruki SFW 2415, touro de melhor avaliação de marmoreio entre todos contemporâneos da propriedade, está na Genex. Além disso, vem da Invernada Santa Fé a última grande campeã da raça Wagyu na Expointer 2018, a Acatada137C.

“Contamos com um banco de genética de primeira linha, com materiais raros e de qualidade diferenciada, que pode atender tanto a demanda da fazenda como do mercado de sêmen raros. Nosso objetivo é tornar a propriedade uma referência de material genético de Wagyu no Brasil”, destaca Marco Andras, proprietário da Invernada Santa Fé.

Segundo os especialistas do mercado de carnes nobres, o Brasil tem genética para fazer animais capazes de competir em qualidade com o produto australiano ou japonês. Atualmente o rebanho nacional de Wagyu soma 7 mil exemplares puros de origem e 40 mil considerando cruzamentos, conforme dados da Associação Brasileira de Criadores de Wagyu.