O pedido de impeachment contra o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, foi rejeitado na Câmara, mas segue causando polêmica. O vereador Moisés Barbosa (PSDB) questiona o trâmite do processo interno na casa. O parlamentar, aliado do governo, suspeita que o texto não foi protocolado na data indicada. A base de Marchezan reclamou do pouco tempo que teve para analisar o documento, imediatamente colocado em votação pela presidente do legislativo. Aliados da prefeitura ainda questionam a ligação do proponente do julgamento à vereadora Mônica Leal (PP).
O tucano solicitou imagens do circuito interno da Câmara de Vereadores para apurar se o pedido de impeachment foi realmente protocolado na última quarta-feira. O vereador alega que a presidência da casa rejeitou sua demanda. Agora, Moisés Barboza estuda entrar na justiça para obter as imagens. “Por que eu não posso ver nas câmeras?”, questionou. “Se o pedido de impeachment não entrou quarta de manhã, estão mentindo para todos os vereadores”, protestou Barboza.
A presidente da Câmara rebateu as acusações, dizendo que cumpriu o rito do impeachment, previsto pelo regimento da casa. Sobre os vídeos, Mônica Leal garante não ter ocorrido nenhum delito que justifique o acesso às imagens. “É uma coisa absurda”, avaliou. “Se quer entrar na justiça, entra. Vamos deixar que a justiça decida”, concluiu Mônica.
Mônica Leal ainda criticou a postura da base do governo Marchezan. A presidente da Câmara disse que o vereador Moisés Barbosa age no “desespero”. A vereadora se defendeu usando o argumento do adversário político, que reclamou da demora na apreciação no IPTU e da rapidez na análise do impeachment.