Todo mundo que assiste uma produção espanhola sabe que, na maioria das vezes, vem novelão por ai. Na série Las Chicas del Cable (As telefonistas) não é diferente. Mas, tudo bem. Sendo bem produzida, o público gosta.
Las Chicas del Cable teve uma primeira temporada bem boa. Ambientada em Madrid, no ano de 1928, ela mostra a união feminina, o surgimento da telefonia, as mulheres lutando contra o preconceito para entrarem no mercado de trabalho. Ao meu ver, as cenas das meninas na companhia telefônica era as melhores. Mas, com o crescimento das personagens e o passar do tempo, cada vez menos cenas são exibidas no local que deu sentido a série.
A segunda temporada da série Las Chicas del Cable seguiu a linha de explorar o trabalho delas e as consequências de atos impensados cometidos pelas telefonistas. Já a terceira foi de muitas falhas e erros de continuidades, mas seguimos firmes e fortes em uma história que já estava andando em círculos. A expectativa para a próxima temporada era alta, mas ela acabou sendo mais do mesmo.
A quarta temporada
Na quarta temporada, com oito episódios distribuídos pela Netflix, veremos que Lídia ainda não conseguiu escolher totalmente um dos seus dois amores: Carlos e Francisco, embora Francisco esteja em coma. O drama de Marga e Pablo segue firme e forte, sem muitas evoluções. Ángeles se envolve em um novo negócio com Victoria e Carlota quer ser prefeita de Madrid.
O plano de fundo da quarta temporada é a campanha política são os direitos das mulheres se fortalecendo. E em termos históricos, vemos a Espanha liberar o divórcio. Além disso, temos Sara/Óscar tentando viver sua vida como homem ao lado de Carlota.
Como quem viu o trailer sabe, Carlota será acusada de assassinar seu oponente nas eleições. A partir disso, as meninas se unem em uma tentativa desesperada de livrar a amiga da cadeia. E claro, elas se metem nas investigações, interferem no trabalho policial e, para variar, não sofrem nenhuma consequência.
Dona Carmen é liberada da cadeia e volta querendo raptar Eva novamente, o que é bem cansativo em termos de narrativa. Por outro lado, teremos a introdução de novos personagens que sacodem um pouco a zona de conforto da série.
Como em todas as produções, os últimos dois episódios criam um arco para deixar uma expectativa para temporada seguinte e, invariavelmente, são os mais emocionantes. De um modo geral, eu esperava uma emoção menos roteirizada e mais espontânea, além de tomadas na companhia telefônica, que de tão secundária, quase não apareceu.