Delegada encerra sem indiciamento investigações sobre caso Neymar

Outros dois inquéritos em separado seguem em aberto

Foto: Edu Garcia/R7

A delegada Juliana Lopes Bussacos, titular da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, encerrou ontem as investigações sobre as acusações de estupro e agressão feitas pela modelo Najila de Souza contra o jogador de futebol Neymar Júnior. A polícia decidiu não indiciar o jogador de futebol pelos supostos crimes. O relatório da investigação já chegou ao Ministério Público (MP), que vai ter 15 dias para avaliar a decisão da delegada e elaborar um parecer. As conclusões do MP e da Polícia servirão como base para a decisão judicial.

O inquérito policial resultou de um boletim de ocorrência realizado no dia 31 de maio por Najila, que contou à delegada que conheceu Neymar por meio de uma rede social e depois de dois meses trocando mensagens, Neymar a convidou para ir a Paris para uma visita, pagando a estada e as passagens. Najila chegou em 15 de maio e à noite do mesmo dia o jogador esteve no quarto dela.

Najila disse que o jogador se mostrou alterado e a forçou a ter relações sexuais, sem usar preservativo, o que Neymar desmente. No dia seguinte, Neymar esteve no mesmo quarto e acabou agredido por Najila. A modelo gravou o encontro e alegando que a intenção era buscar uma prova em poder do atleta. Sobre os tapas que deu em Neymar, visíveis em vídeo que vazou durante as investigações, ela disse estar revidando as agressões sofridas no dia anterior.

Segundo a delegada, ao longo da investigação Najila prestou depoimento três vezes e Neymar uma vez, além de 12 testemunhas relacionadas ao caso. Entre as provas juntadas ao processo estão o laudo sexológico, o exame de corpo de delito indireto, a ficha de atendimento médico do Hospital Pérola Byington, a ficha de atendimento médico da consulta com o ginecologista particular de Najila em 24 de maio, o laudo do celular de Najila e laudo do tablet do filho da modelo, entregue pelo ex-companheiro dela.

“Deliberei por não indiciar o investigado (Neymar) por ausência de elementos para tanto. As imagens do hotel de Paris não chegaram até os autos, mas em razão de todo o conjunto probatório verifiquei que essas não se tratavam de prova imprescindível ao inquérito. O não indiciamento não impede o prosseguimento da persecução penal, que depende do Ministério Público”, disse Juliana Bussacos.

Outras investigações

De acordo com a delegada do 11º Distrito Policial, Monique Patrícia Ferreira Lima, que investiga o arrombamento do apartamento de Najila e o roubo do tablet com o vídeo que comprova o estupro, segundo a modelo, um inquérito policial em separado investiga o crime contra o patrimônio. Ainda há uma outra investigação com relação a extorsão e denúncia caluniosa. Ambos os processos estão protegidos por segredo de Justiça.

“Por isso é prematuro dar algum detalhe da investigação ou mencionar qual seria a responsabilização das partes envolvidas. Nós vamos ouvir as partes envolvidas para apurar se houve denunciação caluniosa ou não”, disse Monique.

A reportagem da Agência Brasil tentou falar com o advogado de Najila Trindade, Cosme Araújo dos Santos, mas não conseguiu contato. O mesmo aconteceu com assessores e advogada de Neymar.