Juiz prorroga prisão de acusados de hackear celulares de autoridades

Magistrado defendeu que acusados continuem presos para não atrapalhar as investigações

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara Federal de Brasília, decidiu, há pouco, prorrogar a prisão temporária dos quatro presos pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de invadir o telefone celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e de outras autoridades.

Com a decisão, os suspeitos Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira e Walter Delgatti Neto devem continuar presos por mais cinco dias.

Os acusados foram presos, na terça-feira, por determinação do magistrado, na Operação Spoofing, expressão relativa a um tipo de falsificação tecnológica, que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é.

Até o momento, somente a defesa do casal Gustavo e Suellen se manifestou publicamente sobre o caso. Segundo o advogado Ariovaldo Moreira, Gustavo negou ter invadido telefones e participado da divulgação das supostas conversas feitas pelo então juiz federal da 13ª Vara Federal, Sergio Moro.

Moreira, no entanto, admitiu que Gustavo revelou ter recebido do amigo, Walter Delgatti, cópia de uma das mensagens atribuídas a Moro, antes de ela se tornar pública, veiculada por veículos de imprensa.

Decisão
Na decisão, o magistrado disse que os acusados devem continuar presos para não atrapalhar as investigações.

“Sem a prorrogação de mais cinco dias das prisões, soltos os investigados poderão agir e combinar e praticar condutas, isoladamente e em conjunto, visando apagar provas em outros endereços, mudar senhas de contas virtuais, fazer contatos com outras pessoas eventualmente envolvidas, retirar valores de contas desconhecidas ou de algum modo prejudicar o inquérito policial”.

Vallisney Oliveira também aceitou pedido do Ministério Público Federal (MPF) para bloquear as aplicações suspeitas dos quatro acusados em bitcoins (moeda virtual).