O diretor-executivo (CEO) mundial da Fórmula 1, Chase Carey, disse hoje, na capital paulista, que a decisão sobre o Grande Prêmio do Brasil da categoria automobilística ainda precisa ser tomada e que segue em negociação a cidade-sede do torneio. Ele disse que, neste momento, está engajado em conversas tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo para encontrar a melhor solução para a corrida no Brasil. Carey afirmou que o torneio vai continuar ocorrendo no país.
Também participaram da reunião o governador de São Paulo, João Doria, o prefeito da capital, Bruno Covas, e o promotor do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, Tamas Rohonyi. Carey disse ainda que está priorizando os contratos que vencem esse ano como o com o autódromo de Silverstone (Reino Unido) mas que vai fazer todo o esforço para chegar a uma definição rapidamente. Em 2019 e 2020, por contrato, o torneio ocorre no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
“Como vocês podem ver pelo depoimento dele, não há uma decisão tomada da Fórmula 1. Eu lamento frustrar o presidente [Jair] Bolsonaro da interpretação de que 99,5% da decisão está tomada. A decisão não está tomada”, disse João Doria, referindo-se às declarações de Bolsonaro após reunião, ontem em Brasília, com os executivos do campeonato.
Doria informou ter montado um grupo de trabalho, com representantes do governo e da prefeitura, que vai ser reunir com representantes da F1. “ A ideia a priori é planejar 20 anos, como um objetivo, ou seja, de 2021 para os próximos 20 anos do ponto de vista de São Paulo”, disse o governador.
Chase Carey destacou que, para a Fórmula 1, o mercado brasileiro é de “enorme importância”. O CEO avaliou que as provas em Interlagos sempre foram as mais interessantes do campeonato. De acordo com o governo estadual, o Grande Prêmio do Brasil ocorre no Autódromo José Carlos Pace, mais conhecido como Autódromo de Interlagos, desde 1972, com exceção de 1978 e 1981 a 1989, quando as corridas foram disputadas no Autódromo de Jacarepaguá (Autódromo Internacional Nelson Piquet). Em 2018, o circuito recebeu mais de 150 mil espectadores.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, destacou que o evento gerou um impacto econômico de R$ 334 milhões e 10 mil empregos diretos e indiretos no ano passado. “A Fórmula 1 pretende ficar no Brasil. A Fórmula 1 está tendo conversas com as duas cidades e quero enfatizar que cada cidade tem o seu projeto. Tem um projeto que vem de uma realidade e um projeto que vem de uma ideia”, comparou.
Covas informou que está em curso o processo de concessão do autódromo para a iniciativa privada e que, até março de 2020, ele deve ser finalizado. Segundo Covas, por ano, a prefeitura investe R$ 40 milhões em Interlagos.
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