No último programa de rádio, Boechat criticou impunidade em tragédias

Jornalista analisou manchete de jornal citando falta de punição e esquecimento de grandes tragédias ocorridas no país

Na edição desta segunda-feira, no programa Café com Jornal, o jornalista Ricardo Boechat comentou sobre a negligência e impunidade nas grandes tragédias do país, repercutindo a reportagem de capa do jornal O Globo.

O jornalista comentou que as consequências das últimas grandes tragédias não surtiram efeito, tanto no campo de punições, como nos poderes legislativo e judiciário.

De acordo com ele, a falta de efeito pode ser atribuída a omissão, cumplicidade e burocracia. Boechat também lamentou que agentes públicos, privados e sócios não pagaram pelas tragédias. Entre eles, o incêndio no edifício no largo do Paissandú, a tragédia de Mariana, o incêndio da Boate Kiss e o naufrágio na Baía de todos os Santos.

Na edição, Boechat falou ainda sobre a falta do alvará dos bombeiros no Ninho do Urubu, e criticou que os chefes do Flamengo afirmaram que a inspeção não ocorreu por conta da dificuldade e burocracia de conseguir o documento com as autoridades. O jornalista ainda afirmou que as pessoas devem questionar a si mesmas, como sociedade, se querem continuar lidando com essas tragédias, pranteando-as no início, e esquecendo-as logo depois.

“Entregaram porque, por conta da pressão, a empresa que certificou Brumadinho, começou a entregar ao Ministério Público Federal a verdade por trás daquele laudo. É preciso que as consequências sejam mais rápidas no campo da ação policial, no campo do Ministério Público, para que não fique no ‘oba-oba’ que é depois apoiado pelo esquecimento, pela nossa velha tradição de deixar pra lá e tocar adiante, e não produzir manchetes como essa todas as semanas”, falou.

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