Comunidades de Brumadinho são evacuadas após alerta de risco de novo rompimento

Às 5h30min, sirenes foram tocadas para os moradores saírem de suas casas

Foto: Presidência da República/Divulgação

Menos de 24 horas depois da tragédia na Mina Córrego do Feijão, sirenes pelo risco iminente de rompimento de outra barragem foram acionadas na madrugada de domingo em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte, onde na sexta-feira aconteceu uma catástrofe, informaram a empresa Vale e os bombeiros. Em um comunicado, a Vale informou que acionou as sirenes às 5h30min “ao detectar o aumento dos níveis de água nos instrumentos que monitoram a barragem VI”. As autoridades foram avisadas e os moradores retirados do local.

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Esta barragem faz parte do complexo de Brumadinho e é um depósito de água, com volume de 1 milhão de m³. Fica ao lado da barragem I, de rejeitos de minério, que rompeu na sexta-feira. No sábado, diante do risco, a empresa começou a fazer o bombeamento dessa água para fora da barragem IV. “As autoridades foram avisadas e, como medida preventiva, a comunidade da região está sendo deslocada para os pontos de encontro determinados previamente pelo Plano de Emergência. A Vale continuará monitorando a situação, juntamente com a Defesa Civil”, informou a empresa em nota.

De acordo o tenente Pedro Aihara, porta-voz dos Bombeiros, a sirene foi acionada indicando “risco iminente do rompimento da barragem” e logo depois os bombeiros deram início à evacuação das comunidades que ficam à jusante da barragem. “O Corpo de Bombeiros permanece com todas as suas aeronaves em prontidão se for necessário deslocar equipes para algum local mais distante ou para realizar regaste e salvamento”, disse em áudio distribuído à imprensa.

Pelo telefone 190 da Polícia Militar de Minas Gerais, a reportagem do R7 recebeu a seguinte mensagem; “O senhor deve deixar o local que está e ir para um ponto de encontro. No local onde o senhor está é a Faculdade ASA. Deixe o local calmamente e vá para lá”, Logo após o alerta, a equipe foi ao local, onde está montado o centro de buscas por desaparecidos do rompimento da barragem de sexta e encontrou ao menos uma dezena de moradores que tinham dificuldades de obter informações sobre o alerta.

O empresário Felipe Salviano, 30, estava dormindo quando foi surpreendido pelo alerta. “Era um alarme bem alto falando pra evacuar as casas e que não era uma simulação”. A aposentada ana Amélia Silva, mora perto do rio Paraopebas e desde as 5h40min deixou sua casa após ouvir a sirene e policiais militares passarem em sua rua ordenando a evacuação.