Vale: rompimento levou segunda barragem a transbordar em Brumadinho

Presidente da empresa comparou situação com a de Mariana, em 2015, dizendo temer mais vítimas e menos dano ambiental

Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

O rompimento da barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho (MG), na tarde desta sexta-feira, levou uma segunda a transbordar, de acordo com o diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman. “Parte do vazamento se dirigiu a essa segunda barragem e houve um transbordamento, mas ela não rompeu”, disse ele em uma entrevista coletiva na sede da empresa, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro.

Segundo Schvartsman, a barragem que rompeu deixou de operar há mais de três anos e permanecia inativa. O presidente da Vale disse que o acidente causou surpresa, já que o trabalho no local era monitorado. A última auditoria externa, de acordo com ele realizada por uma empresa alemã, especializada em revisão de barrragem, apontou “perfeita estabilidade” em 26 setembro de 2018.

“A barragem sequer recebia rejeitos de mineração. Ela é muito antiga e pertenceu a outra empresa, adquirida pela Vale”, explicou Schvartsman.

O dirigente afirmou ainda que, no primeiro momento, a maior preocupação é com o resgate das vítimas, que são funcionários da empresa – terceirizados, em maioria.

Quase três anos após a tragédia em Mariana, que deixou 19 mortos, Fabio Schvartsman disse acreditar que o maior dano provocado pelo rompimento da barragem de Brumadinho possa ser grande a quantidade de vítimas.

“Estamos falando de uma grande quantidade de vítimas, ainda não sabemos quantas. E possivelmente o dano ambiental será menor. A barragem estava inativa, o rejeito estava seco, e, consequentemente, ele não tem esse poder de se deslocar por grandes regiões. Então, a tragédia ambiental será muito menor e a humana, terrível”, comparou.

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