Empresas de ônibus de Porto Alegre pedem R$ 0,48 de reajuste na passagem

Cálculo, que vai ser analisado pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e, posteriormente, pelo Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu)

Foto: Mauro Schaefer / CP Memória

O Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) protocolou, na tarde desta quinta-feira, o pedido de revisão tarifária do serviço. A entidade defende que o valor da passagem suba de R$ 4,30 para R$ 4,78, a partir de fevereiro – um aumento de 11,12%.

O cálculo, que vai ser analisado pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e, posteriormente, pelo Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu), leva em conta o acordo assinado entre os sindicatos patronal e dos rodoviários, que definiu reposição salarial de 3,4%. Já o vale-alimentação recebeu aumento de 6,8%, passando de R$ 25,75 para R$ 27,50. Quanto ao subsídio ofertado pelas empresas ao plano de saúde dos rodoviários, a correção ficou em 6,5%.

Além do custo com mão de obra, o Seopa registra, no pedido de revisão, a quantidade de isenções suportadas pelo passageiro que paga passagem. De acordo com o documento, o número de usuários isentos da tarifa chega a 31%, o que significa dizer que 2/3 dos passageiros respondem hoje pelo custo total do sistema. Durante o ano passado, a Prefeitura apresentou projetos para reduzir as gratuidades, mas parte deles não vingou diante da Câmara de Vereadores. No fim do ano, o prefeito Nelson Marchezan Júnior alertou que isso tende a resultar em um reajuste maior que o ideal em 2019.

Para o diretor executivo da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), Gustavo Simionovschi, a gratuidade é um dos fatores que torna a tarifa mais alta. O dirigente salienta, ainda, a queda recorrente no número de usuários do sistema. Como exemplo, ele cita que o edital de licitação do serviço previa uma média mensal de 17,8 milhões de usuários pagantes, enquanto o volume transportado, de fato, em 2018, ficou em 14,1 milhões.

Em função da perda de receita, as concessionárias dizem ter acumulado um déficit de mais de R$ 137 milhões desde fevereiro de 2016, quando se iniciou a operação do transporte coletivo pós-licitação.

Fazem parte das obrigações desse edital a implantação de tecnologias, como a renovação de 100% dos validadores do ônibus, a expansão do projeto de reconhecimento facial, a inserção do Circuito Fechado de Televisão (CFTV), que possibilita o monitoramento através de câmeras, e a instalação de sistema para rastreamento por GPS.

Relembre

Em março de 2018, a Prefeitura confirmou aumento de R$ 0,25 na tarifa do transporte coletivo, que subiu para R$ 4,30. Além disso, houve o retorno da cobrança de 50% na segunda viagem.