Marchezan lamenta decisão da Câmara e antecipa que ônibus volta a subir em 2019

Em 2018, tarifa aumentou R$ 0,25

A um mês de se iniciarem as discussões sobre o reajuste da passagem de ônibus em Porto Alegre, o prefeito Nelson Marchezan Junior (PSDB) adiantou que a tarifa do transporte público volta a subir em 2019. O prefeito esclareceu que a atualização de valores é atrelada a uma medida contratual prevista na licitação que regulou a exploração do serviço.

Ainda sem estimar os possíveis percentuais de reajuste, Marchezan lamentou que os vereadores não tenham validado, na íntegra, o projeto que revia a gratuidade da tarifa de ônibus para idosos entre 60 e 64 anos em Porto Alegre. De acordo com o prefeito, os benefícios, que foram mantidos para quem já é cadastrado no sistema do cartão TRI, farão com que o preço da passagem siga elevado.

Além disso, a Prefeitura retirou de pauta o projeto que restringia a meia-passagem apenas a estudantes de baixa renda. Marchezan reiterou que os projetos previam redução de até 12 centavos na tarifa, o que não vai mais ser possível.

“A gente poderia ter melhorado muito o sistema de transporte com aprovação de alguns projetos que foram enviados à Câmara… Tornaria mais real a nossa tarifa. Com certeza, poderíamos até ter uma redução de valor. Mas do jeito que ficou, o valor vai aumentar”, salienta.

O prefeito também enfatiza que a decisão do Poder Executivo sobre o tema é acompanhada pelos órgãos fiscalizadores. Assim, a chancela para reajustar a tarifa passa por “questão matemática”, considera.

“A decisão é técnica, e este não é um debate político. Toda vez que se meter a mão politicamente, haverá alguma ação judicial, onde alguém estará enriquecendo ilegalmente ou terá prejuízos. Que alguém terá que pagar”, reforça.

O prefeito também refutou a possibilidade de aportar recursos do caixa para atenuar o impacto financeiro das empresas de ônibus. Em São Paulo, comparou, R$ 4 bilhões são repassados anualmente pela Prefeitura, enquanto em Porto Alegre o orçamento total é de aproximadamente R$ 7 bilhões.

Geralmente, entre o fim de fevereiro e o início de março, o Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu) bate o martelo sobre o percentual de reajuste. Para isso, vários itens devem ser levados em consideração. O último tópico envolve o valor do reajuste dos salários dos motoristas e cobradores. Na próxima semana, a classe patronal encaminha uma contraproposta aos trabalhadores, que pedem 5,55%, com base na inflação pelo INPC, mais 2,5% de aumento real. A data-base da categoria é fim de janeiro.

Em março de 2018, a Prefeitura confirmou aumento de R$ 0,25 na tarifa do transporte coletivo, que subiu para R$ 4,30. Além disso, houve o retorno da cobrança de 50% na segunda viagem.