TSE pede que PF investigue ameaça a Rosa Weber

OAB emitiu nota em que classifica a situação como grave e preocupante

Rosa Weber. Foto: Carlos Moura / SCO / STF

O Tribunal Superior Eleitoral pediu que a Polícia Federal investigue uma ameaça endereçada à presidente da Corte, a ministra gaúcha Rosa Weber. Na mensagem que chegou a ela, um internauta questiona a lisura do processo eleitoral. O texto adverte que a ministra fique “de olho” e que a mensagem é só “um aviso”.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que o remetente ainda não está identificado, mas deixou claro que a “resposta vai ser dada” pelas autoridades.

Em nota emitida na tarde de hoje, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) classificou a situação como grave e preocupante. O presidente da entidade, Cláudio Lamachia, defende que a apuração do caso seja prioritária e que os responsáveis sejam punidos de forma exemplar, de acordo com o rigor da lei.

No comunicado, a OAB lembra ter a obrigação de zelar por um ambiente eleitoral saudável e esclarece que não vai abrir mão de atuar em defesa da Justiça. O texto enfatiza que, na medida em que a eleição se aproxima do desfecho, é preciso que “todas as correntes políticas passem a propagar a necessidade de equilíbrio, respeito às leis e pacifismo”.

Veja a nota da OAB na íntegra:

“São graves e preocupantes as mensagens em tom de ameaça endereçadas à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber. A apuração do caso deve ser prioritária e os responsáveis devem ser punidos de forma exemplar, de acordo com o rigor da lei.

A Ordem dos Advogados do Brasil, que tem a obrigação de zelar pela manutenção de um ambiente eleitoral saudável e que lutou pela existência de um Judiciário independente, não abrirá mão de atuar em defesa da Justiça.

Na medida em que a eleição se aproxima do desfecho, é preciso que todas as correntes políticas passem a propagar a necessidade de equilíbrio, respeito às leis e pacifismo. São também inaceitáveis os recentes episódios de agressão motivados pela posição política da vítima.

A OAB repudia os atos de violência praticados por militantes, sejam eles de esquerda ou de esquerda (sic). As instituições republicanas, inclusive os partidos políticos, têm obrigação de se levantar contra esses atos de barbárie que só agravam a crise político-institucional que abate o país. Não podemos agravar a já difícil situação do Brasil regredindo aos símbolos e aos métodos dos regimes autoritários.

A superação dos problemas do Brasil depende de união. É preciso deixar claro que o exercício da crítica, do questionamento e da oposição aos valores dos adversários deve ser feito dentro dos limites estabelecidos pela Constituição. Não há espaço, dentro do ordenamento brasileiro, a manifestações de incitação à violência e ao ódio.

Após atingir a maturidade democrática, o grande desafio do Brasil, agora, é o de preservar o Estado de Direito. Para isso, é fundamental que as forças políticas e sua militância respeitarem as regras e o resultado da eleição. Votar de forma consciente é o poder e o dever que os cidadãos têm para mudar a política.”

CLAUDIO LAMACHIA, presidente nacional da OAB