Grey’s Anatomy retornou para as telas da emissora ABC na última quinta-feira, com dois episódios. Reservei umas horas do domingo para assistir a volta da minha série favorita. A 15ª temporada retornou de onde a anterior havia parado, sem saltos no tempo e sem emoções. Na tela, um cenário um pouco diferente do hospital que estamos habituados. Há tomadas na rua e na praia, com a lua de mel de Jô e Alex.
Um dos fatos que me desagradou um pouco foram os plots repetidos. Quando DeLuca salva Maggie e Jackson de um atropelamento, me recordei da cena da corrida de bicicletas, na primeira temporada, com Bailey e Derek. Quando Meredith tem sonhos mais quentes com dois colegas, impossível não lembrar de George sonhando com Izzie, Cristina e Mer.
Foi cansativo, também, ver que parece que nossa protagonista precisa de um romance para ter alguma emoção. Nesses episódios, Mer se recusa a “ser casada com trabalho”.
A velha história de achar um novo chefe de cirurgia também volta nesses episódios, com a Bailey querendo tirar um ano sabático. Podemos concordar que já cansamos dessa narrativa, não é mesmo?
Fomos apresentados a dois novos médicos, naquela tentativa de colocar carinhas bonitas para dar uma animada na série e provocar diversas reações nas personagens femininas (alô Mark e Derek). Os casos médicos dos episódios também não conseguiram agradar muito, embora um deles tenha chamado mais atenção pelo que aconteceu na sala de cirurgia.
Na falta de novos arcos, vemos Amélia e Owen resolvendo tentar novamente, mas o espectador sabe que Teddy está esperando um filho dele. Não é difícil imaginar o que virá na sequência. As baixas de April e Arizona (Sarah Drew e Jessica Capshaw) já podem ser sentidas, principalmente pela fraca atuação de internos e novos personagens.
No geral, com muita boa vontade, pode-se dizer que foram dois episódios nota 8. Grey’s Anatomy é uma série veterana, já são 13 anos ano ar e muitas reconstruções. Ano a ano fomos nos despedindo de personagens adorados, de peso, com carisma, interpretados por atores excelentes. Uma série que está na 15ª temporada com apenas quatro personagens do elenco original não consegue seguir imune ao tempo.
A cada temporada pensamos que é a hora da série terminar, mas sempre que existe a remota possibilidade, refutamos. Para mim, Grey’s foi Grey’s até a 8ª temporada. A morte de Lexie e Mark foi tão triste que os fãs não superaram até hoje. As saídas de Sandra Oh, Patrick Dempsey e Sara Ramírez (Cristina, Derek e Callie) prejudicaram ainda mais a série e sua narrativa.
A própria Ellen Pompeo disse, em entrevista, que acredita que todas as histórias já foram contadas. A protagonista tem contrato até uma 16ª temporada. Talvez seja a hora de começarmos a dar adeus aos médicos de Seattle.
O trailer, para quem ainda não viu o episódio: